Antonio Arruda lança O corte que desafia a lâmina

 


Antonio Arruda estreia na literatura com obra que entrelaça ficção e autobiografia


Roteirista premiado, jornalista e mestre em Teoria Literária e Literatura Comparada, Antonio Arruda lança seu primeiro livro, O corte que desafia a lâmina (Editora Cachalote, 131 págs.), já em sua primeira reimpressão no mesmo ano de publicação. Entre ficção e autobiografia, a obra reúne textos curtos e poéticos que revelam experiências extremas, transformando dor em linguagem. Vencedor do Prêmio APCA em 2014, reconhecido pela série da Netflix “Cidade Invisível”, indicada ao ABRA em 2022 e roteirista de produções como o longa O Mel é Mais Doce que o Sangue (2023), Arruda constrói, na literatura, uma proposta estética que chama de “estética da cicatriz”, um embate entre o corte e a lâmina, presente tanto na forma quanto no conteúdo.


O livro, lançado com eventos em São Paulo, Santos, Florianópolis, Rio de Janeiro e Aracaju, também foi tema de debate no Clube de Leitura “O Inconsciente em Verso”, mediado pela psicanalista Mariana Giorgion. Nos textos, corpo, silêncio, rito e transformação se entrelaçam. No conto de abertura, “Em nome do filho”, um homem precisa retirar uma parte doente do próprio corpo para sobreviver; em outra cena, alguém leva a carcaça de uma tartaruga ao mar e afunda com ela. Cada narrativa, diz o autor, nasce de um acontecimento inaudito de dor aguda, conduzindo o leitor a um percurso epifânico e anímico.


A escrita de Arruda é marcada por sua vivência pessoal: experiências de violência, reflexões sobre morte, sexualidade e homoerotismo, e o conflito entre desejo e repressão cotidiana. Assumidamente gay desde os 17 anos, o autor também incorpora em sua obra a ligação intensa com a umbanda e religiões de matriz africana, vivência iniciada na infância e aprofundada em sua atuação como pai de santo, trazendo elementos míticos, místicos e espirituais.


Nascido em Guarulhos (SP) em 1977, Arruda formou-se em Jornalismo pela Cásper Líbero e concluiu mestrado na USP. Atuou como professor e coordenador pedagógico, além de roteirista de programas como Quintal da Cultura e Era uma vez no Quintal (APCA 2014). Para ele, a palavra poética é matéria-prima de vida: “Ver a publicação deste livro é a realização de um sonho que me acompanha desde os nove anos”, afirma.


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