Três poemas de Karen de Alencar

 por Taciana Oliveira__



Foto: Krzysztof Maksimiuk


I


O amor

É um vento solar

Que dá brilho

Ao escuro noturno

Aurora boreal

No coração poeta

 

 

II


Amarga alma reduzida a uma espécie 

de pasta espiritual, como a de 

Bukowski. Caminha sem saber onde

vai dar. A "roda-vida" gira

 

e eu não sei me segurar.

 

Desço a montanha-russa e sinto

 

cada órgão deslocar.

 

Por que diabos eu sempre compro

outro ingresso

pra brincar

Outro passe

Pra voltar?

 

 

III

 

Que a vida possa me retribuir

Um olhar gentil

Quando tudo mais for medo

Incerteza e arrepio

E mesmo assim

Eu ainda tiver

Meio sorriso no canto da boca

Ao lembrar que tudo

Pode ficar bem.

 

- Eu vi esperanças sobrevoando o céu

 




Karen de Alencar, 23 anos, professora e historiadora em formação pela Universidade Federal do Ceará. Apaixonada por poesia, inspirada em Ryane Leão, Matilde Campilho e RupiKaur, entende as folhas em branco como novas possibilidades de reescrever o mundo e, por isso, está escrevendo um livro. Foi publicada pela antologia independente Mulheres, Afeto e Liberdade e também é administradora do IG literário @sonhosangueepoesia.




 







Taciana Oliveira é mãe de JP, comunicóloga, cineasta, torcedora do Sport Club do Recife, apaixonada por fotografia, café, cinema, música e literatura. Coleciona memórias e afetos. Acredita no poder do abraço. Canta pra quem quiser ouvir: Ter bondade é ter coragem.