por Tony Antunes__
Jr. Korpa |
NÔMADE POEMA III
Flambadas letras saltitam quânticas
de mundos em mundos não se emundam,
inundam almas, espiritualizam sete-cismos.
Setenta vezes sete - Dividem
as estrofes
nomandeiam-se a si mesmas, estão livres.
Das Galáxias, fluidificam os versos,
das estrelas, magnetizam o amalgama
[do amor.
A poesia, andrógena em essência, é flebular
lírica por natureza da sorte palavralesca,
a que lhe abarca no mar da vida.
Nômades, poética e poesia se entrelaçam
transam-se geniais em sêmen e esperma.
Fleumática, num halo de sândalo, mesmo efêmero
transcendem ao tempo, aos astros – nunca morrem.
PROTUBERÂNCIA DOS ÊMBULOS
Sinalizando aos gritos nos átrios,
perniciosamente afanicoisados,
os poemas disticam-se desrimados.
Fuselando a crosta metálica e real
os sonhos pesadelam-se de agonia
resbulam-se sonorizados de surdez.
Em cada estrofe um ícto mudo
com soluços de chumbo,
um grito acre com a alma vadia,
um verso de aço com ferrugem
[nas veias.
Fluvinado em nuvens de cinzas
o poema pede passagem
alucina-se no ópio das palavras
empurrando os êmbulos sentido
[guelas adentro
das vidas vazias e suicidas.
BRENHAS DO INFINITO
No seco soco das ilusões
o susto é o que resta,
o receio rasteja
o brilho opaca a lua.
No estômago regojitado
agitam-se em borborigma
as flâmbulas das moneras.
Em gosmas de moléculas
mormejam os furúnculos
crentes de certezas insanas.
Granvenado de rapinas míopes
o ósculo rosna em gritaria,
arranha os céus de risoletas,
acabrunha as brenhas do infinito.
Tony Antunes é o pseudônimo do Professor Gleidistone da Silva Antunes, natural de Recife/PE. Ex-menino de rua que aprendeu a ler aos 19 anos. Formou-se em Letras ao 47. É autor do livro Digitais Absolutas: poemas escolhidos. Membro da AIAP – Academia Intercontinental de Artistas e Poetas.