por Taciana Oliveira__





 

por Taciana Oliveira__


Fotografia: Duda Coutinho


Em tempos tão caóticos e de ataques às liberdades individuais, o cantor e compositor pernambucano Fernandes nos oferece o single “Norte” e sopra em nossas consciências: pra se despir de si/ {des}construir/ ser quietude/ MOVIMENTO


Lançado na última sexta-feira, o videoclipe apresenta sequências gravadas durante o período da quarentena, numa performance breve e solitária, que se expande da “simplicidade” sonora para a construção de uma narrativa ptica-visual. A canção é uma contemplação interior, um resgate no desequilíbrio: respiração

Confesso que fui fisgada na primeira audição, mas percebam como música e imagem reverenciam delicadeza. Em sua performance corporal bem humorada, Fernandes faz de uma coreografia experimental um manifesto por novas direções. Cantem em alto e bom som: desmaranhar os nós/ a sufocar...

Convido vocês a assistirem o videoclipe, a escutar a canção, mergulhar na dança: ser um norte e buscar direção


 


 





 

Fernandes cantor, compositor e guitarrista, premiado (Festival PreAMP) e vencedor do Prêmio da Música de Pernambuco na categoria "Melhor Álbum Pop" com seu disco de estreia, "Bonanza", cuja produção é assinada pelo artista em parceria com Jr. Tostoi - produtor musical carioca e guitarrista de Lenine .








Taciana Oliveira é mãe de JP, comunicóloga, cineasta, torcedora do Sport Club do Recife, apaixonada por fotografia, café, cinema, música e literatura. Coleciona memórias e afetos. Acredita no poder do abraço. Canta pra quem quiser ouvir: Ter bondade é ter coragem.

 

por João Gomes__



 

por Valdocir Trevisan__




 por Alex Zani__


Colagem por Baga Defente

 

por Adriane Garcia__


 

por Adriano B. Espíndola Santos__


JR Korpa

 

por Rosa Morena__


JR. Korpa

 

por Taciana Oliveira__




 por Yvonne Miller__


por Iaranda Barbosa__


 

por Taciana Oliveira__


 

por Iaranda Barbosa


por Taciana Oliveira__


Para esta edição apresentamos o trabalho de Ruth Orkin, autora da fotografia emblemática “American Girl in Italy” (Florença, 1951). Mary Engel, filha e representante legal do patrimônio da fotógrafa americana, relata em uma matéria publicada em 17/03/2017 no portal de notícias da CNN: “a foto é mais relevante agora do que nunca pelo que realmente representa: independência, liberdade e autodeterminação”.


Foi do encontro casual de Jinx Allen (Ninalee Craig) e Orkin no escritório da American Express na Itália (onde se fazia antigamente o envio de cartas, telegramas, ligações e troca de dinheiro) que surgiu a ideia para uma sessão de fotos: "Ruth me disse, “Ei, quer saber, eu provavelmente posso ganhar um pouco de dinheiro se andarmos por aí e mostrarmos como é ser uma mulher sozinha”, Ninalee recorda.


As duas saíram pelas ruas de Florença na manhã seguinte. A imagem de Ninalee caminhando por um “corredor de homens” foi uma das primeiras que Orkin fotografou. Ela ainda a clicou de um ângulo diferente antes de continuarem a capturar outras cenas italianas: cafés, monumentos, praças.... O ensaio durou cerca de duas horas e elas seguiram caminhos diferentes, embora não por muito tempo. Novamente se encontraram em Paris e Veneza e tiraram mais fotos para a série criada por Orkin. As fotos foram exibidas na revista Cosmopolitan (1952) em um ensaio fotográfico, "When You Travel Alone”.


No artigo publicado no blog FHOX, “Ruth Orkin e a enigmática fotografia American Girl in Italy”, a fotógrafa e Doutora e Mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Amanda Leite, escreve: O livro de Dorrit Harazim, O instante certo (2016), cita campanhas que circularam na Internet inspiradas pela fotografia de Orkin e que rapidamente tornaram-se virais. Harazim (2016, p. 133) aponta que o vídeo 10 Hours of Walking in New York as a Woman, de 2014, por exemplo, ganhou grande projeção, “com apenas 118 segundos de duração, ele obteve 10 milhões de cliques em menos de 24 horas e hoje, ultrapassa os 40 milhões de visitantes […] com mais de 140 mil comentários”. O vídeo protagonizado pela atriz Shoshana B. Roberts procura explorar o assédio sexual que as mulheres sofrem diariamente nas ruas (não apenas em Nova Iorque, mas em todo o mundo). Outras campanhas caminharam nesta mesma direção, mas, a fotógrafa teria desejado produzir este tipo de narrativa?


(…) O ensaio fotográfico de Orkin foi publicado na revista feminina Cosmopolitan, em 1952. O reconhecimento de American Girl in Italy, veio duas décadas depois e, ainda hoje é um dos pôsteres mais vendidos em todo o mundo. Para Harazim (2016, p. 136) a fotografia se consolidou junto ao “feminismo militante que brotou com a revolução sexual dos anos 1970”. Assim, “o que fora conhecido como celebração de uma independência feminina despreocupada, atrevida e bem-humorada passou a ser interpretado como prova de impotência da mulher num mundo dominado por machos e machistas”.


Circula na internet uma citação atribuída a Ruth Orkin, que se não foi dita por ela traduz muito da sua trajetória: Minha mãe disse que, quando eu era jovem, eu dizia constantemente: olhe para isso - olhe para aquilo. Acho que tirar fotos deve ser minha maneira de pedir às pessoas que vejam isso - vejam aquilo. Se minhas fotos fazem o espectador sentir o que eu senti quando as tirei pela primeira vez - Não é engraçado ... terrível ... comovente ... lindo? - então eu cumpri meu propósito.


Selecionei cinco fotografias que ilustram um pouco da premiada carreira de Orkin para nossa série de grandes nomes da fotografia e do fotojornalismo.


American Girl in Italy, 1951


por Dias Campos