por Leo Barth___

        

Fotografia: Leon Pauleikhoff

 

 por Luiz Mauro__


...e o tempo vai passando, nada muda.

Arte @alexandrealexandrinoo







 

por Yvonne Miller___


Foto: Tucker Good


por Adriane Garcia__

 


 

por Taciana Oliveira __

 



 por Saulo Machado__


Foto: Mohamed Abdelsadig

 por Marcela Güther/Divulgação__

 



 

por Lisiane Forte__

 

Xianyu hao

 

por Yvonne Miller__

 


 por Valdocir Trevisan___


Dick Vigarista e Mutley


 

por Bruno Ramalho__

 

 

Jr. Korpa

saudade é dor em rio,

do olho-d'água da gente

à foz no mar do vazio.

 

*

 

profícua inconclusa,

a palavra,

remota lembrança

do que foi um dia,

faz, parida

da incerteza absoluta,

nascer enxuta, enfim,

a poesia.

 

*

 

em meio aos cacos

de um mundo louco,

os fracos acham

que poesia é pouco.

 

*

 

coleciono

insônias de paz;

durmo pouco,

suspeito,

porque acordado

sonho mais.

 

*

 

serei eu, minha gente,

um tolo a cumprir os prazos,

se o próprio tempo, ultimamente,

tem sido fiel aos atrasos?

 

*

 

do ido assentado,

faz pouco sentido:

um doido acentuado

nem sempre é doído.




Bruno Ramalho de Carvalho 
(1978, Rio de Janeiro, RJ) escreve poemas, diverte-se tocando despretensiosamente o flugelhorn e se interessa por filosofia. Médico ginecologista em Brasília, DF, atua na área da reprodução humana assistida. É autor dos livros A penúltima coisa que se faz (edição do autor, 1999); Do amor deveras e das quimeras (e-book, Emooby, 2011); e livra-me, poesia (Scortecci, 2019), todos de poesia. Tem poemas publicados em revistas e portais de literatura, como Gueto, Mallarmargens, Ruído Manifesto e Mirada. Tem, ainda, mais de 70 artigos publicados em periódicos científicos. Lançou em 2021 
Uns amores bemóis (Editora Patuá).

 

 por Dias Campos __


Foto: Jonatas Domingo


 por Adriano Espíndola Santos__


Jr Korpa

 

por Taciana Oliveira__



 por Taciana Oliveira__



 

por João Gomes e Taciana Oliveira__



 por Taciana Oliveira__





 por Alexsandro Souto Maior




 por Rafael Silva___

Foto: Lucas Hero

 por Alexsandro Souto Maior__


Foto: OC. Gonzalez




Concerto sobre o pôr-do-sol

 

Pardais constroem a noite

Com o âmbar caído do céu

Esses pássaros cantam

Num coro dissonante

Uma melodia

De voos recolhidos

A preparar o solfejo do silêncio

 

O inverso disso é manhã.

 

(SOUTO MAIOR, Alexsandro . in A seiva, Recife: Editora Villa Lux, 2020.)

 


 


Seiva

 

Toda poesia é seiva

Ela circula nos vegetais

Alimenta o corpo anoitecido

Enobrece a rua musguenta

E alvorece os vãos deste mundo.

 

(SOUTO MAIOR, Alexsandro . in A seiva, Recife: Editora Villa Lux, 2020.)

 

 

 

 

Terceiro dia

 

E a palavra

Renasce com os seus penduricalhos

Um orvalho que vira verso

Uma teia escrita no ar por um poeta

Um pássaro gorjeando em concerto

 

Toda poesia é cheia de eternidade!

 

(SOUTO MAIOR, Alexsandro . in A seiva, Recife: Editora Villa Lux, 2020.)

 

 


Alexsandro Souto Maior - Escritor, ator, diretor de teatro, produtor cultural, ator e professor de literatura. Em 1995, começou a fazer teatro. Ele teve seus primeiros poemas publicados em 1997 nos jornais O pão e Diário do Nordeste, ambos do Ceará. No ano de 1999, atuou na peça O Público, de Federico Garcia L'orca, e Antônio Conselheiro, de Joaquim Cardoso. Em 1999, ao fundar com Eron Villar o Engenho de Teatro, iniciou a sua trajetória na dramaturgia com O terceiro dia. Foram dezenas de peças de teatro como Luzia no caminho das águas (2005) 3º lugar no Prêmio Funarte de Dramaturgia (assinou a direção e as músicas com Eron Villar); Jeremias e as Caraminholas (2011), ambas para criança e juventude; Mariano, irmão meu, Prêmio Cidade de Manaus, teatro adulto, 2011. No ano seguinte, estreou a peça Mariano, irmão meu, atuando ao lado de Tatto Medinni, sob direção de Eron Villar. O autor também escreveu Alcateia, 2016; O discurso do Rato, 2018/2019. Eu e os Avelós, Prêmio Cidade de Manaus, categoria Teatro Adulto, 2017; Tempo de Flor, Prêmio Ariano Suassuna 2018, categoria de teatro para criança e juventude. Em 2019, a peça foi montada pelo Grupo Pé de Vento de Arcoverde.  Além dos textos dramatúrgicos, ele é autor das obras literárias: Servis Amores Senis, conto, (2010); Árido, poesia, (2015); Inflamável, poesia, 2019. A Seiva, Menção Honrosa pelo Prêmio Edmir Domingues, categoria poesia, concedida pela Academia Pernambucana de Letras (2019).  O livro de contos, Inglórios (2021), é seu último trabalho.