Escarafunchando Quixote: Indícios de sua biblioteca | Pedro Américo de Farias

  

por Pedro Américo de Farias__



Don Quixote - Pablo Picasso (1955)


Resumo

O presente ensaio tem por objetivo contribuir com um dos caminhos de releitura (são inúmeros) do Dom Quixote de la Mancha. O foco recai sobre a leitura dos chamados “livros de cavalarias”, que o enfeitiçaram, enquanto leitor voraz do gênero, ao ponto de o levarem à loucura. Mas não se trata de uma avaliação do personagem Quixote, sob efeito de referida leitura, pois, com certeza, há muitas avaliações referentes ao caso. O interesse está na busca de compreensão da importância dessa literatura cavaleiresca, sob o aspecto da sua influência na mente dos leitores, especialmente daqueles que teriam um importante papel no processo de colonização e ocupação das Américas. O teor ideológico dessa literatura justifica a violência contra os  gentios (mouros, indígenas), sob bênçãos dos reis e papas, ao mesmo tempo em que, para atrair adesões e mão de obra para as conquistas, estimulava a ilusão sobre a existência de ilhas misteriosas, minas de ouro e prata e outros mitos paradisíacos. Quanto ao leitor Quixote, este seria a tradução, por paródia, do mundo cavaleiresco, pelo gênio de Miguel de Cervantes. Uma autora e dois autores foram fundamentais na elaboração deste trabalho: Jerusa Pires Ferreira, Irving Leonard e Martín de Riquer.

 

SCRABBLING QUIXOTE: Clues from your library

Abstract  

The present essay has as a goal to contribute with one of the rereading paths (there are many) of Dom Quixote de la Mancha. The focus reflects on the reading of the so called “cavalry books” that bewitched him, as a voracious reader of the gender, to the point it made him get into madness. But it is not about an evaluation of Quixote character, under the effect of the referred reading, once, for sure, there are many analyzes about this matter. The interest is on the search of comprehending the importance of this cavalry literature, under the fact of its influence on the readers’ mind, specially on those who had an important role on the colonization process and the occupation of Americas. The ideological content of this literature justifies violence against the gentiles (moors, indigenous), under the bless of kings and popes, at the same time that, to attract adherence and workforce to the conquests, stimulate the illusion on the existence of mysterious islands, silver and gold mines and other paradise myths. As for Quixote as a reader, that would be the translation, as a parody, of the knightly world, by the genius of Miguel de Cervantes. A female author and two male authors were fundamental for the elaboration of this work: Jerusa Pires Ferreira, Irving Leonard and Martín de Riquer. (trad. de André Luan Nunes Macedo).

 

 

ESCARAFUNCHANDO QUIXOTE:

Indícios de sua biblioteca

 

Pedro Américo de Farias

 

“Qué me importa lo que Cervantes quiso o no quiso poner allí y lo que realmente puso. Lo vivo es lo que yo allí descubro, pusiéralo o no Cervantes, lo que yo allí pongo y sobrepongo y sotopongo, y lo que ponemos allí todos. Quise allí rastrear nuestra filosofia”.

Miguel de Unamuno. Del sentimiento trágico de la vida, p. 269

 

“En un lugar de la Mancha, de cuyo nombre no quiero acordarme”. Assim começa a saga cavaleiresca do famoso e valente fidalgo Dom Quixote de la Mancha. O mundo inteiro conhece tal saga, digo, pensa que a conhece. A peregrinação deste anti-herói por mosteiros, feiras, estalagens (“palácios”), percorrendo terras inóspitas, destilando sofrimento e sonho, em meio a moinhos de vento e caminhantes diversos, plebeu e nobre, estudante, padre, bispo, barbeiro-sangrador, homens e mulheres perdidos de paixão e abandono, camponês, dona e donzela, estalajadeiro, esposa, filha e criada, ovelhas e cabras, jumentos e cavalos. Também serras, florestas, bosques, enfim, uma grande Mancha (geopolítica e cultural) de Espanha. Milhões de pessoas passeiam por narrações adaptadas, reduzidas, bem ou mal, da imensa obra, e imaginam conhecer a história de Dom Quixote e Sancho Pança. Coisas da massificação. O professor Juan Pablo Martín Rodrigues abre uma janela para o nosso entendimento: “Con la entrada de las masas en el sistema educativo y el crecimiento de la industria editorial, se potencia una segunda solución pedagógica: las adaptaciones.” (RODRIGUES, 2016, p. 161).


Conforme o interesse e a motivação de quem lê, a leitura cobra método, finalidade, estudo, comparação, se deseja vestir o uniforme da ciência; se é por diletantismo, a única ferramenta necessária é a paixão pelo texto. De minha parte defino: entre ciência e paixão meu coração balança. A retomada, este ano, da leitura do Dom Quixote, que havia iniciado há seis, veio a propósito do desejo de aproximação ao tema “Conquistadores do Novo Mundo e suas leituras”. E o que Cervantes tem a ver com isso? Ele oferece um ‘banquete bibliográfico’ a quem deseja entender o que se passava no mundo real ou imaginário da cavalaria e dos cavaleiros medievais, retratados na literatura cavaleiresca, na qual o seu anti-herói, Dom Quixote, era bastante versado, independente do fato de vir a se transformar numa de suas vítimas.         


Pois foi em um rico sótão apinhado de textos, com histórias de reis e rainhas, duques e duquesas, príncipes e princesas, lutas de feudos, aventuras diversas e pelejas, amor platônico e loucura,  que o Cervantes veio encontrar um leitor voraz, fidalgo desocupado, de nome Alonso Quijano, que vivia no mundo para ler todas as publicações possíveis narrando vidas e lutas dos cavaleiros andantes de três a quatro séculos anteriores ao seu, bem como para ressuscitá-los, em benefício dos ideais, para ele ainda vigentes, de justiça e igualdade. Mas o ideário exposto no código de comportamento das ordens cavaleirescas era bem mais abrangente. Genericamente, além do abstrato binômio ‘justiça e igualdade’, o cavaleiro, uma vez investido em armas, assumia deveres como: “ser em toda parte o defensor dos fracos e oprimidos, o protetor da mulher e do órfão, o sustentáculo das causas justas.” (FLORI, 2005, p. 30). Até aí tudo é bondade, carregada em si, também, de generosa abstração. No conjunto, a Cavalaria, parcela considerável da sociedade medieval, constitui uma complexa teia de vínculos sociais e culturais, enquanto agência real do poder secular e da doutrina cristã católica e enquanto acervo de temas para a literatura “ligeira”, que dominou o mercado editorial em boa parte da Europa e ganharia o mundo hispano-americano e o Brasil, transportada de forma legal e ilegal pelos barcos e caravelas destinados ao Novo Mundo.


Então, Alonso Quijano, depois de anos lendo e se contaminando do ideário cavaleiresco, tomado de alucinações, transforma-se, como toda gente leitora sabe, em um cavaleiro andante batizado como Don Quijote de la Mancha. Em que implicaria tal investidura? Responde Martín de Riquer:

 

“La locura lleva a Don Quijote a tres conclusiones falsas...:

1ª. Don Quijote, hidalgo de aldea, así que enloquece se cree de absoluta buena fe que es caballero.

2ª. Don Quijote está convencido de que todo quanto había leído en los libros de caballerías es verdad histórica y fiel relación de hechos que en realidad ocurrieron y de hazañas que llevaran a término auténticos caballeros en tiempos pasados.

3ª. Don Quijote cree que en su época, principios del siglo XVII, y en la España de Felipe III, era posible resucitar la vida caballeresca de antaño y mantener los ideales medievales de justicia y equidad.” (RIQUER, 2004, p. LX).

 

Não seria difícil deduzir das tres conclusiones falsas do Quixote que o seu maior empecilho, na vida de cavaleiro, não estaria nos obstáculos encontrados pelo caminho, que eram muitos, rumo ao sucesso ou fracasso de sua honrosa missão, mas, por antítese irônica, no seu criador, Miguel de Cervantes Saavedra. Assim, enquanto, por um lado, o Quixote considerava

 

“convenible y necesario, así para el aumento de su honra como para el servicio de su república, hacerse caballero andante y irse por todo el mundo con sus armas y caballo a buscar las aventuras y a ejercitarse en todo aquello que él había leído que los caballeros andantes se ejercitaban, deshaciendo todo género de agravío y poniéndose en ocasiones y peligros donde, acabándolos, cobrase eterno nombre y fama” (CERVANTES, 2004, p. 30-31),

 

por outro lado, o autor da saga quixotesca buscava destruir a imagem das cavalarias e dos cavaleiros medievais, pintada pelos chamados livros de cavalarias, que ele, Cervantes, como de resto, a melhor consciência crítica da época, considerava como uma criação literária nociva, por sua exagerada fantasia e falsificação da história, repetidora de clichês e de falsas promessas quanto à conquista de mundos maravilhosos. “Como un hábil malabarista, Cervantes juega con su propia obra, se impone a ella y la lleva por donde quiere, e incluso ironiza con su criatura misma.” (RIQUER, 2004, p. LXXI).


A literatura cavaleiresca, sem dúvida, teve sua decadência acelerada a partir do final do século XVI, contribuindo para isso a confluência de vários fatores, tais como: a saturação de enredos, que se repetiam e multiplicavam em outros, mantendo os velhos “heróis” e os desdobrando em filhos e netos; a contribuição do pensamento e da arte renascentistas, pelo aumento de traduções de obras clássicas gregas e romanas e respectivas reinterpretações; o efetivo aparecimento de uma literatura formada de autos teatrais  e de novelas de caráter mais realista e satírico, como o próprio Don Quijote de la Mancha, de Miguel de Cervantes, e Guzmán de Alfarache, de Mateo Alemán, esta anterior àquela. Tal realismo, carregado de paródia, faz com que Cervantes, ao mesmo tempo em que libera o seu Quixote a cumprir missão de ser o novo cavaleiro andante pelas terras manchegas, instala, em casa do fidalgo, um “escrutínio” que o padre Pero Pérez e o barbeiro Nicolás se encarregaram de fazer, para queima dos livros que o levaram à loucura. Instalava-se, daquela maneira, uma especial paródia dos tribunais da Inquisição. Com ajuda da sobrinha e da ama, fogueira acesa no curral, mais de cem volumes de livros grandes e outros pequenos foram examinados e comentados pelos dois escrutinadores. A maioria foi jogada ao fogo. Os livros salvos se incluíam na lista dos preferidos, ora do cura, mais intelectual, ora do barbeiro que, como qualquer leitor do seu tempo, também se dedicavam àqueles livros de entretenimento, aventuras cavaleirescas exageradamente mentirosas, novelas melosas de amor impossível (o amor cortês).


Recorro ao comentário de Karine Rocha sobre o idealismo do amor cortês expresso nas ilusões do personagem cervantino:

 

“Quijote afirma que su amada posee todos los atributos cantados por los poetas. Tal afirmación nos lleva a entender que Dulcinea, como las demás damas, pasará por un proceso de idealización extremo llegando a su despersonalización. El amor cortés no existia para glorificar un sentimiento inaprensible, sino que para atender a las necesidades de un amante cortesano. El caballero andante suplica a una dama de carne y hueso, pero que se transforma en un producto de la imaginación del amante. Esta característica es una prueba de la influencia petrarquista que eleva a la adorada al rango de lo divino, convirtiéndola en alguien inalcanzable. Las damas solamente existen para que los caballeros las amen como quieran. Para Quijote, Dulcinea es casi como una estatua, una especie de víctima de un proceso de enfriamiento que acaba generando la interdicción. Los adjetivos blancura de nieve, mármol y marfil sirven para confirmar tal idea. Procedimientos como este pueden ser interpretados como una manera de controlar la eroticidad del amante, que no va a entregarse, de esta forma, a la barbarie de los instintos sexuales. Como ya habíamos mencionado, el objetivo del amor cortés es la interdicción y el sufrimiento consecuente.” (ROCHA, 2016, p. 179-180).

 

Os valores relacionados ao amor cortês não deixam dúvida quanto ao seu caráter repressivo. Não seriam criação ideológica de Cervantes, sensível intelectual do humanismo renascentista. E Dom Quixote, por sua vez, não é um arauto da interdição e do sofrimento, mas um retrato em paródia dos heróis cavaleiros da Idade Média, que seguiam sendo bastante cultuados e vendidos por todo o século XVI, tanto na Europa quanto nos territórios ocupados do México (Nueva España) e do Virreinato del Perú, entre outros. E não seria diferente o destino da obra mestra de Cervantes. Esta se juntaria aos tantos livros que embarcavam para o Novo Continente, bem como para todas as regiões do mundo, tornando-se um dos livros mais importantes da literatura universal e, como tal, gerando em torno de si uma infinidade de estudos publicados nos quatro continentes. Entre tantas obras que inspirou, merece citação uma de especial valor, Vida de Don Quijote y Sancho, do notável pensador espanhol Miguel de Unamuno, que chegou a pensar o seu culto al quijotismo como religión nacional. (UNAMUNO, 1977, p. 268).


Mas falemos da “praga” cavaleiresca. O pesquisador Irving Leonard, em seu alentado trabalho Los libros del conquistador, publica nove listas de livros, enviados a partir da Casa de Contratación en Sevilla, entre os anos de 1576 e 1613. Segundo este autor, calcula-se que eram milhares de títulos recebidos, a cada ano. Gil Vicente, vivente entre 1465 e 1540, estudioso das sagas cavaleirescas, sobre as quais também escreveu, registra muito bem o caráter ideológico de tal literatura, retrato da extrema violência dos exércitos nas lutas de conquista e extermínio:

 

“Se a cantiga não falar

Em guerras e cutiladas

E de espadas desnudadas

Lançadas e encontradas

E cousas de pelejar

Não nas quero ouvir cantar

Nem nas posso ouvir contadas”

 

(Auto da Lusitânia, apud

PIRES FERREIRA, 1979, p. 69).

 

Caberia, então, indagar: Que livros Quixote lia e por estes se espelhava e enlouqueceu? Tal indagação encontra resposta na devassa do padre Pero que, embora contendo aspectos da repressão segundo valores morais do catolicismo de então, envolvia uma indiscutível e acima referida predileção pela leitura, ao menos de alguns, dos mesmos livros preferidos do Quixote que o padre defendia como se estivesse fazendo uma faxina em sua própria biblioteca, guardando os melhores e queimando os piores.


Vejamos uma resenha da devassa. Dos “livros grandes”: Los quatro de Amadis de Gaula (perdoado), Las sergas de Esplandián (fogo), Amadis de Grecia (fogo), Don Olivante de Laura (fogo), Florismarte de Hircania (fogo), El caballero Platir (fogo), El caballero de la Cruz (fogo), Espejo de caballerías (pozo seco/“destierro perpetuo”), Bernardo del Carpio (fogo), Roncesvalles (fogo), Palmerín de Oliva (fogo), Palmerín de Inglaterra (perdoado/“cosa única”), Don Belianís de Grecia (expropriado pelo barbeiro), Historia del famoso caballero Tirante el Blanco (presenteado pelo padre ao barbeiro). O cansativo e desmotivado exame dos livros fez com que o padre e o barbeiro suspendessem o trabalho e condenassem, no grosso, os demais que lhes faltava olhar, para gozo da ama, que os despejava na fogueira do curral. 


Acerca dos “pequenos livros”, supostamente de poesia, a sobrinha do Quixote manifestou sua opinião de que deveriam todos seguir para a fogueira, alegando que o tio, que estava em casa, de volta da sua primeira “saída” (viagem), se recuperando da “enfermedad caballeresca”, não deveria correr o risco de “hacerse poeta, que según dicen es enfermedad incurable y pegadiza”. Mas resolveram avaliar um por um: La Diana de Montemayor (mutilar para extrair inconveniências), La Diana chamada segunda del Salmantino (fogo), La Diana enamorada de Gil Polo (perdoado), Los diez libros de Fortuna de amor (expropriado pelo padre), El pastor de Iberia, Ninfas de Henares y Desengaños de celos (fogo aos três), El pastor de Fílida (perdoado/“joya preciosa”), Tesoro de varias poesías (limpar de “algunas bajezas” e guardar, pois “el autor es amigo mío”), Cancionero de López Maldonado (“también el autor és grande amigo mío... guárdese con los escogidos”), La Galatea de Miguel de Cervantes (“es grande amigo mío ese Cervantes... tenedle recluso en vuestra posada”), La Araucana  de Alonso de Ercilla, La Austríada de Juan Rufo, y El Monserrato de Cristóbal de Virués (perdoados), Las lágrimas de Angélica (perdoado). (CERVANTES, 2004, cap. VI, p. 60-69).


A maioria dos livros grandes e pequenos dentre os supostos cento e tantos da Biblioteca do Quixote, deixamos de conhecer, já que, conforme o narrador, os escrutinadores os remeteram ao fogo. Considerando os títulos referidos no trabalho da devassa, seria o caso de fazer uma nova indagação: Quais desses atravessaram mares e tormentas para chegar às “Índias”, isto é, às Américas, incluindo o Brasil? É possível encontrar resposta nas listas constantes em Los libros del conquistador, acima referido. (LEONARD, 1996, Apéndice, p. 269-358). Deixamos de fazer aqui tal cotejo por demandar espaço maior do que o disponível. O que é certo é que os chamados livros de cavalarias e suas variantes, na forma de prosa ou de versos rimados e metrificados, estiveram sempre presentes nas bagagens e nas cabeças de conquistadores e colonos vindos da Europa em demanda das Américas, desde as primeiras viagens para ocupação dos territórios conquistados. Tal bagagem literária alienava a mente dos invasores, estimulando homens armados ao enfrentamento dos indígenas, à maneira de Carlos Magno e os Doze Pares de França combatendo os mouros, em nome de Cristo, durante as perversas Cruzadas do mundo europeu. No caso brasileiro, em especial mas não exclusivamente, na região Nordeste, a literatura popular medieval fincou raízes e se multiplicou, ganhando novas formas e adaptando temas ao novo contexto, mas preservando mitos até hoje presentes nos chamados romances de cordel. Eis um exemplo clássico, nesta sextilha de romance de um dos mais famosos poetas cordelistas, Leandro Gomes de Barros:

             

 

                                                         "Um guerreiro como eu

                                                           Não vai atrás de cilada

                                                           Com Deus não me falta nada

                                                           Me basta os prodígios seus

                                                           Não quero mais do que Deus

                                                          Uma lança e uma espada”

 

                                                        (Batalha de Oliveiros e Ferrabrás,

                                                         apud PIRES FERREIRA, 1979, p. 9).

 

São pequenas mostras da extensão da matéria que o tema permite abordar e para o qual seria necessário o espaço de uma alentada monografia.


Importa muito, neste pequeno ensaio, frisar que Dom Quixote de La Mancha e seu escudeiro Sancho Pança desembarcaram nas Américas, chegando pelo México, no mesmo ano em que se deu a edição da Primeira Parte del Ingenioso Hidalgo Don Quijote de La Mancha (1605). Para alegria e proveito intelectual das inúmeras categorias de gente leitora e estudiosa, a dupla Quixote/Sancho nunca mais deixou de estar presente em toda e qualquer parte do nosso continente, como personagens maravilhosos e exemplo de rica literatura, sob a ótica da melhor consciência crítica.          

 



Referências bibliográficas   

CERVANTES, Miguel de. Don Quijote de la Mancha. Edición del IV Centenario.

Madrid: Real Academia Española/Associación de Academias de La Lengua

Española, 2004.

FLORI, Jean. A cavalaria: a origem dos nobres guerreiros da Idade Média. São Paulo:

Madras, 2005.

LEONARD, Irving A. Los libros del conquistador. México: Fondo de Cultura  Economica, 1996.

PIRES FERREIRA, Jerusa. Cavalaria em cordel – o passo das águas mortas. São Paulo: Hucitec, 1979.

RIQUER, Martín de. Cervantes y el “Quijote”. In: Cervantes, Miguel de. Don Quijote

de la Mancha. Edición del IV Centenario. Madrid: Real Academia Española y

Associación de Academias de la Lengua Española, 2004, p. XLV-LXXV.

ROCHA, Karine. Dulcinea y Quijote: el fin del amor cortés. In: MIRANDA, José

Alberto. Multiplicaciones del Quijote. Recife: Editora UFPE, 2016.

RODRIGUES, Juan Pablo Martín. Cervantes en Alejandro Casona – un acercamento didáctico. In: MIRANDA, José Alberto. Multiplicaciones del Quijote. Recife: Editora

UFPE, 2016.

UNAMUNO, Miguel de. Del sentimiento trágico de la vida. Buenos Aires: Losada, 6ª.

edición, 1964.

 

 

 

 


Pedro Américo de FariasNascido em Ouricuri – PE. Escreve e diz poesia, ensaia prosa crítica e ficcional. Licenciado em Letras, trabalha com palestras sobre temas da literatura de ficção e da poesia. Exerceu atividades de gestão cultural na Fundação de Cultura Cidade do Recife (1986 – 2014), onde desenvolveu inúmeros projetos, entre os quais o A Letra e a Voz, e integrou o Conselho Editorial da Cepe – Companhia Editora de Pernambuco (2011 – 2015). Mora em Belo Horizonte – MG.

 

Trabalhos publicados

 

Prosa de ficção: – Viagem de Joseph Língua. São Paulo: Ateliê Editorial, 2009.

 

Poesia: Desaboios. Guaratinguetá: Penalux, 2020 Coisas: poemas etc. Recife: Linguaraz Editor, 2015; Par Ímpar. Com Wilson Araújo de Sousa. Ed. do Autor, 2009; Linguaraz. Audiolivro. Ed. do Autor, 2009; Picardia. Recife: Língua de Poeta, 1994; Conversas de pedra. Recife: Ed. Pirata, 1981; Livro sem título. Recife: Ed. do Autor, 1973.

 

Ensaio: Ficção em Pernambuco – breve história, 2a ed. Com Cristhiano Aguiar e Socorro Nunes. Recife: Cepe, 2021; – Pernambuco: século e meio de ficção. Recife: Jornal do Commercio (Pernambuco Imortal III, encarte nº 8), 2001.

 

Textos em antologias: Id10. Porto (Pt): Identidades, 2007; Un regard transatlantique | Um olhar transatlântico. Nantes (FR): Maison de la Poesie; Recife: FCCR, 2007; Pernambuco – terra da poesia. Recife: IMC|Rio: Iluminuras, 2005; Imagem passa palavra. Porto (Pt): Identidades, 2004.

 

Textos em periódicos: – Suplemento Literário (MG, BR); Suplemento Cultural (PE, BR); Correio das Artes (PB, BR); Rivaginaires (Tarbes, FR); Continente Multicultural (PE, BR); Camaleão (Porto, Pt); Gare Maritime (Maison de la Poesie/Nantes, FR); Bacchanales (Maison de la Poesie/Rhône-Alpes, FR).