Lençóis Dobradiças, poema de Leo Barth

 por Leo Barth__




Foto de hao wang na Unsplash
                                                          
lençóis dobradiças





     punhado generoso 

                  mortos  flutuam    cama

     palavras nascem 

         

              tautológicas



      crânio chávena  loucura

Ímpeto  vazio

            escada

      negativa

                                 


¡Benditos

            assim animais


Jejuadores         d’fome


         professores mudos!



           Noite Alegre Mulher

 

    

 bebo-lhe ossos

                   arregaço-lhe  carnes

embriago-me  escárnio

         durmo      santo imundo silêncio



Leo Barthnasceu em 1984. Delmirense dividido entre sertões e capital do caos. Começou a escrever por causa da Teologia. “Homem que nasceu morto, e que se acha em cada esquina, poeta de bêbados e esquizofrênicos, delimitado pelo caos particular, e autor de nada”. É notável entre os novos poetas trágicos-febris, um dos nossos maiores poeta do underground alagoano. Tem uma filosofia existencial-literária parecida com o grande Macedônio Fernandez, que escrevia compulsivamente sem muito importar-se com publicações. Boêmio, Machadiano e acadêmico, o autor possui centenas de poemas inéditos, produzindo-os desde 2001. É co-fundador do grupo “Arborosa”, de poesia, arte visual e fotografia, e editor do staff da Edições Parresia. Publicou na Utsanga (Itália) revista de poesia experimental, e em revistas brasileiras.