![]() |
Fotografia: Lígia Jardim |
Solo teatral celebra 15 anos de trajetória e discute identidade, corpo e resistência trans
A capital pernambucana celebra as minorias com a chegada do solo teatral HBLYNDA EM TRANsito, nos dias 5 (terça-feira) e 6 (quarta-feira) de agosto, às 20h, no Teatro Hermilo Borba Filho. Os ingressos custam R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia), com entradas Trans Free para pessoas trans, travestis e não binárias.
O trabalho conta com direção de Emmanuel Matheus, direção musical de Raphael Venos e atuação e dramaturgia de HBlynda Morais, que se baseia em suas próprias vivências enquanto uma pessoa gorda, preta, candomblecista e não binária — alguém que luta diariamente para existir e ser quem é. Ao narrar sua trajetória, ela também fala de todas e todos nós, provocando uma reflexão sobre quem somos e como existimos. Para isso, a atriz utiliza performance, teatro, dança e muita música.
Não é por acaso que a estreia acontece em 2025. Neste ano, HBlynda Morais — premiada em festivais como o FESTEL (2014 – Melhor Ator Adulto), MOSTEV (2017 – Melhor Ator Coadjuvante) e IV FESTERAGUAS (2023 – Melhor Atriz), além de ter sido indicada a outros como o I FESTERAGUAS (2017), MOSTEV (2021) e ao 29° Janeiro de Grandes Espetáculos (2023) — completa 15 anos de atividades artísticas ininterruptas no campo das artes cênicas, dedicando-se a projetos que abordam temas como exclusão e vulnerabilidades sociais.
O solo nasce como celebração dessa trajetória de resistência de alguém que não entrou para as estatísticas — a expectativa de vida de uma pessoa trans negra no Brasil, que é de apenas 28 anos. HBlynda também desconstrói o que normalmente se espera de uma pessoa trans e travesti: não concluir o ensino médio ou não acessar o ensino superior. Ela rompe com esse destino e reivindica que essa possa ser a realidade de todas e todos, com dignidade, trabalho e arte como possibilidades de VIDA. HBLYNDA EM TRANsito é, sim, uma festa!
A encenação tem como foco um jogo cênico em que a atriz revela sua potência e história, confidencia segredos e expõe sentimentos, criando um ambiente que convida o público a integrar esse universo. A proposta é abrir margem para que se conheçam as delícias e amarguras de ser e existir no mundo, a partir do ponto de vista de uma pessoa trans com sentimentos, história e memória. A estreia é fruto da aprovação nos editais do FUNCULTURA e PNAB.
"Ele não era mulher, ela não era homem, era como uma mistura de tintas, talvez lilás, azul com rosa, assim mesmo, meio homem e meio mulher, ou talvez fosse branco, uma mistura de tudo um pouco. Era assim que se sentia: nem homem nem mulher… Ser humano."
(Trecho da dramaturgia)
Sobre HBlynda Morais: Preta, gorda, candomblecista e não binária. Atua como atriz, dramaturga, pesquisadora e produtora cultural. Possui licenciatura em História pela Universidade de Pernambuco (UPE) e é mestranda no Programa de Pós-Graduação em Educação Contemporânea da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Formada no Curso de Teatro da Escola de Arte Municipal João Pernambuco (2012), participou de diversos trabalhos nas artes cênicas, entre eles: Ubuntu: Uma linda aventura na Floresta Afrobrasilândia (2021) e Narrativas Encontradas Numa Garrafa Pet na Beira da Maré (2021–2024).
Serviço:
Espetáculo: HBLYNDA EM TRANsito
Datas: 05 e 06 de agosto de 2025 (terça e quarta)
Horário: 20h
Local: Teatro Hermilo Borba Filho
Ingressos: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia)
Trans Free: para pessoas trans, travestis e não binárias
![]() |
Fotografia: Lígia Jardim |
Ficha Técnica
Idealização, Dramaturgia e Atuação: HBlynda Morais
Direção Artística: Emmanuel Matheus
Produção Executiva: Juliana Couto
Preparação Coreográfica: Aline Gomes
Diretor Musical e músico: Raphael Venos
Figurinista: Agrinez Melo
Confecção Figurino: Mariana Barbosa
Programação Visual: Bagasá estratégia
Social Media: Brunna Martins
Fotos: Lígia Jardim
Iluminação: Cleison Ramos (Farol Atelier da Luz)
Concepção de Cenário: Emmanuel Matheus, HBlynda Morais e Juliana Couto
Execução de Sonoplastia: Cristiano Primo
Assessoria de Imprensa: Memória em Chamas
Redes Sociais