por Carol Engel |
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Foto de 🇸🇮 Janko Ferlič na Unsplash |
O interesse crescente pela publicação independente não surgiu do nada. Desde quando trabalhei em uma editora tradicional, notei que muitos autores buscavam formas alternativas de publicar seus livros. Eles queriam uma obra impressa, com qualidade, mas nem sempre tinham como foco a venda em grande escala — às vezes, o livro servia para comemorações, palestras ou mesmo para deixar um legado pessoal.
Cada autor tem sua razão para publicar: satisfação pessoal, partilhar um saber, registrar memórias ou buscar reconhecimento. Nenhuma dessas motivações é menor que a outra.
Por isso, a publicação independente deve ser vista como uma possibilidade real para autores que desejam autonomia. Mas, para isso, é necessário conhecer o mercado e alinhar expectativas. Nem todo autor sabe o que quer ou entende o funcionamento do mercado editorial. Para alguns, receber 10% de direitos autorais pode parecer pouco, para outros, justo — depende do que se espera do trabalho da editora e do modelo adotado.
O avanço tecnológico e a expansão das redes sociais estimularam a autopublicação. Pessoas que escreviam apenas para si mesmas passaram a querer compartilhar suas histórias. No entanto, nem toda autopublicação visa o comércio e nem todo texto está pronto para o leitor; por isso, o trabalho editorial segue sendo fundamental para lapidar o conteúdo.
Outro ponto importante é a necessidade do autor ser um empreendedor de si mesmo. Hoje, publicar um livro não basta: é preciso promover, vender e acompanhar o mercado — algo que autores iniciantes nem sempre sabem.
Nosso modelo de trabalho prioriza essa autonomia e diálogo. Propomos a impressão sob demanda para evitar investimentos altos e a necessidade de estoque. Plataformas como UmLivro, Clube de Autores e outras possibilitam que o livro esteja sempre disponível e que o autor receba diretamente seus ganhos.
Também alertamos para as diferenças entre editoras tradicionais e as que atendem independentes — nem todas têm o mesmo modelo de negócios. O autor precisa pesquisar, conhecer, comparar e entender o que cada editora oferece para fazer a melhor escolha.
Por fim, vale lembrar que a publicação independente não é um fim em si, mas uma ferramenta para quem quer publicar por diferentes motivos e está disposto a participar ativamente do processo. Autopublicar é, para muitos, o caminho da autonomia literária e do controle sobre a própria obra — uma escolha que deve ser feita com conhecimento e consciência do mercado.
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