“As quatro estações”: novo livro de S. Barreto consolida fase simbólica, afetiva e crítica do autor
O escritor S. Barreto lança As quatro estações, obra que inaugura uma fase decisiva em sua trajetória literária e aprofunda o diálogo entre ficção, simbolismo e afetividade que marca sua produção. Assim como em seus livros anteriores, o volume reúne quatro contos, mas desta vez o número quatro ganha centralidade, funcionando como elemento estrutural, metafórico e temático que atravessa toda a obra.
O conto que dá nome ao livro é também o epicentro emocional da coletânea. Em “As quatro estações”, Barreto acompanha o declínio físico e mental de Dona Violeta, antiga aristocrata que enfrenta uma doença degenerativa enquanto sofre com a negligência dos quatro filhos, espalhados por quatro cidades e marcados por temperamentos distintos. A narrativa, descrita como “excruciante”, tensiona abandono, fragilidade e a desumanização da velhice na sociedade contemporânea.
Os outros três contos, “Reflexões de um garçom bom”, “Descrição de um corpo morto” e “Declaração Intergalática do Bilênio pela Vida e Paz entre os Humanos (Que Ainda Restam)” destacam o estilo experimental de Barreto, que combina humor, absurdo e crítica social para construir atmosferas de estranhamento e reflexão.
A obra é dedicada às avós do autor, Elza Pires e Margarida Barreto. Em sua epígrafe, Barreto lamenta o afastamento geracional provocado pelo ritmo acelerado da vida moderna e pelo imperativo do acúmulo de capital, ressaltando o impacto disso na convivência familiar e na formação emocional das novas gerações.
O prefácio é assinado pelo poeta e romancista Paulo Ricardo Geraldelli, que destaca a força literária e o caráter reflexivo da obra. Em suas palavras finais, ele afirma:
“Com uma prosa enérgica e criativa, este livro de contos é um dos raríssimos, nos dias de hoje, se é que existem, que sabem usar a literatura para o objetivo propriamente literário: ter como instrumento e essência a tensão entre o eu e o mundo, o bem e o mal. E, no caso do último conto, em que não há um eu e o mundo em conflito, há apenas o retrato de um conjunto de leis que personificam as tensões de vários eus diferentes, transmutadas numa utopia flagrante. Estas quatro histórias são uma pílula vermelha, carregadas de reflexões capazes de contrastar a sociedade dos tempos de hoje, obrigando ao leitor não um choque final como nos contos clássicos, mas a uma perplexidade moral e a um incômodo desde a primeira página.”
Além da ficção, S. Barreto é autor de pesquisas, ensaios e biografias. Em sua produção literária, publicou títulos como Pecados Consolados (2015, 2024), Uma vida perfeita e outros contozinhos (2019), Absurdidades (2021), O Circo e outros contos (2023, 2ª ed.), Discursos Mudos (2023, 2ª ed.) e o livro de crônicas Escandescências (2023).
Sua obra tem despertado crescente interesse na academia: em 2025, foi objeto do artigo científico “ENTRE O ABSURDO E O FANTÁSTICO: o existencialismo niilista nos contos de S. Barreto”, que analisa sua exploração do absurdo, do niilismo e da subjetividade contemporânea.
Comprometido com o acesso gratuito à literatura, o autor disponibiliza os audiobooks de seus contos em seu canal do YouTube. Além disso, todas as versões em ebook de sua obra estão disponíveis gratuitamente na internet, ampliando o alcance de seus textos para diversos públicos.
Livro impresso “As quatro estações”: https://a.co/d/coUGCOy
Página com outros títulos do autor: https://livros-sbarreto.renderforestsites.com/

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