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por Taciana Oliveira__

O clipe de Revólver acaba de sair do forno e já provoca múltiplas reverberações. Flaira Ferro  vem com uma visceralidade que contagia, ultrapassa os limites da cidade. A letra da canção é antes de tudo um manifesto, uma ode ao frevo e a resistência artística de Pernambuco. Impossível você não se conectar a cada acorde, ao discurso poético-corporal de Flaira. Nesse passo regido pela ancestralidade nordestina a mensagem que fica não é apenas para os dias de Momo: A covardia impera sob a ignorância / Mas a esperança /é substância pra mudar






O meu revólver é um estado de espírito e o pessimismo é luxo de quem tem dinheiro A covardia impera sob a ignorância Mas a esperança é substância pra mudar Mudar as coisas de lugar Uma cidade triste é fácil de ser corrompida uma cidade triste é fácil ser manipulada No contra-ataque da guerra, arte! pra não viver dando murro em ponta de faca. No contra-ataque da guerra, arte! ninguém nessa terra vai comer farinata Eu quero ver você dizer que não vai ter mais frevo Eu quero ver você dizer que não tem frevo mais O frevo é um ser humano O frevo é o nosso Rock O frevo é a luta armada de Zenaide, de Capiba e de Spok Meu corpo é uma cidade com pernadas de aço pra furar um buraco na rocha do egoísmo A revolta do passo Ferrolho, tramela Rojão, abre alas Tesoura, martelo Espalhando brasa No contra-ataque da guerra, arte! pra não viver dando murro em ponta de faca. No contra-ataque da guerra, arte! Um corpo liberto deixa a mente afiada.

Revólver - Flaira Ferro






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Taciana Oliveira é cineasta, torcedora do Sport Club do Recife, apaixonada por fotografia, café, cinema, música e literatura. Coleciona memórias e afetos. Acredita no poder do abraço. Canta pra quem quiser ouvir: Ter bondade é ter coragem.