por
Taciana Oliveira__
O
álbum
Lobo
Atemporal
nasce do
encontro das
performances
sonoras
do
pianista e compositor Renê
Freire com o músico, improvisador, ruidista, e artista sonoro
radioasta
Thelmo
Cristovam. Fruto da
apresentação
no Lesbian Bar, reduto etílico-cultural
recifense, o projeto foi
criado
a partir de uma série
de
improvisações
livres
gravadas
no dia 02 de novembro de 2019. Renê
Freire
comenta que “improvisação
livre consiste em tocar sem ensaios. O
foco é a escuta mútua”
Na
plataforma Bandcamp
o álbum está disponível para download gratuito. Clica e acessa!
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Renê
Freire
é pianista e compositor, nascido em Caruaru, no Agreste de
Pernambuco. Com influências da música para piano do começo do
século XX e XXI, o músico está em processo de gravação do
primeiro disco solo, "Átrio",
no estúdio da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Freire
mescla peças de música contemporânea para piano e mista (piano e
eletrônicos). Integrou o projeto
Adamante,
ao lado de Vinícius de Farias e Henrique Correia, que lançou o EP
"Exercícios
Sobre Mundanidade",
em 2016. Renê Freire ingressou o mestrado em Composição na UFPB,
onde sua pesquisa é sobre a Composição e a Performance.
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Thelmo
Cristovam é
pesquisador independente em psicoacústica,
compositor/músico/improvisador/ruidista, artista sonoro e radioasta.
Atualmente desenvolvendo um projeto que envolve radioastronomia
e astrosismeografia/astrosismeologia (gravação e desenvolvimento
de uma obra com sons do cosmo, fora da terra, com um interesse
particular pelas explosões solares que estão em seu pico dos
últimos séculos). Ao lado dessa pesquisa, também rascunha uma
outra sobre as relações, caso existam, entre arte sonora e
musica experimental no Brasil. Em termos gerais, a sua
pesquisa/poética, incluindo aí as ações/oficinas, versa sobre
a inexistência do tempo e de como essa ideia abstrata seria, por
hipótese, uma estratégia da consciência para moldar o mundo
"real", e esse moldar seria construído a partir do som, e
em particular, a dimensão temporal seria uma dimensão espacial
altamente especializada e não simétrica e desse ponto seriam
herdadas e/ou transmitidas as características do som, daí o uso da
psicoacústica para tentar entender a escuta a partir dessas
premissas.
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Taciana
Oliveira
é mãe de JP, cineasta, torcedora do Sport Club do Recife,
apaixonada por fotografia, café, cinema, música e literatura.
Coleciona memórias e afetos. Acredita no poder do abraço. Canta pra
quem quiser ouvir: Ter
bondade é ter coragem.
por Taciana Oliveira __
Três
poemas de Fran Nascimento, natural da cidade de Sobral, Ceará, no formato plaquete. Arquivo disponível
pra download no Internet Archive. Fran é natural de Sobral e
participa dos movimentos de poesia falada, o Slam. Suas palavras são
de resistência e traduzem o universo da mulher negra. Fran, no seu
portfólio, se apresenta como "atriz, poeta, marginal
influencer, produtora cultural e social mídia. Fran Nascimento é
potência. Curadoria de Argentina Castro.
Por Rebeca Gadelha__
Curadoria por Taciana Oliveira__
Esta zine surge da necessidade de movimento e da impossibilidade de continuarmos a ocupar as ruas, muros e repartições com arte, transportamos esta ocupação para o mundo digital. A proposta aqui é trazer a arte de isolamento para isolamento a fim de nos manter conectados não apenas com os outros, mas com nós mesmos. Dito isso, é traremos vários autores e autoras que, com seus versos, prosas, fotografias ou ilustrações nos falem sobre a poesia que (in)existe nesses dias em que quase esquecemos como é estar do lado de fora.
Rebeca Gadelha
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Fabrício Saldanha é Engenheiro Eletricista formado pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Observador do cotidiano, Rpgista, cinéfilo e participante de grupos de estudo de roteiro de cinema. Possui em seu currículo literário participação na antologia Paginário (Aliás Editora, 2019). Escreve atualmente em seu blog que se intitula Deturpadamente e possui um ig literário com o mesmo nome.
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Rebeca Gadelha nasceu no Rio em agosto de 1992, cresceu em Fortaleza, na companhia dos avós. Geógrafa sem senso de direção, artista digital, é apaixonada por animes, mangás, games e chá gelado. Tem medo de avião e a única coisa que consegue odiar de verdade é fígado. Foi responsável pela diagramação, ilustrações e concepção visual em Manifesto Balbúrdia Poética: 80 tiros (CJA Editora), Coordenação, Designer e ilustrações em Laudelinas (Editora Nada Estúdio Criativo), participa da coletânea Paginário, publicada pela Editora Aliás. Atualmente escreve para as revistas do Medium Ensaios sobre a Loucura e Fale com Elas sob o pseudônimo de Jade.
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Taciana Oliveira é mãe de JP, cineasta, torcedora do Sport Club do Recife, apaixonada por fotografia, café, cinema, música e literatura. Coleciona memórias e afetos. Acredita no poder do abraço. Canta pra quem quiser ouvir: Ter bondade é ter coragem.
Por Taciana Oliveira__
O
plaquete Cronotanatognose, um poema de Suyane Spinosa, é a nossa
publicação de hoje da seção Prelo. O arquivo está disponível
para download no site do Internet Archive. Curadoria
de Lisiane Forte e Taciana Oliveira .
#PoesiaBrasileira #LiteraturaFortaleza #SuyaneSpinosa
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Suyane Spinosa é fortalezense, possui formação em sociologia e audiovisual. Se interessa por música, filmes, fotos antigas, sonhos e desenhos.
por Adriano B. Espíndola Santos__
Sustos
graves, sequenciados, e, pronto, a carga emocional; e o medo no
tracejar da vida. Menino Fernando precisava arranjar um jeito de se
proteger da inexorável perturbação. Esse seu coraçãozinho,
próprio de um passarinho, poderia não vingar: são.
Pois
bem; vê-se uma aparente normalidade naquela casa de muros amarelos –
porta afora. Fachada linda, pintada. Portões de alumínio, concordes
à última moda. Um diplomata comodoro na garagem – o único,
talvez, a ostentar, num raio de cem quilômetros, um toca-fitas com
uma minúscula televisão. Amélia, uma amiga de mamãe, conjeturou
vaga: “Amiga, que casa linda; que família maravilhosa! Benza
Deus!”. Arrebatada pela superfície da beleza.
…
“Não
seja leviano, rapaz, não foi tão horroroso assim”. “Que
exagero!". A atroz consciência me condena. A inconsciência, o
escape, por vezes me surpreende. O receio. O medo de ser injusto. Mas
as pessoas não ouviram; não sentiram… Quem foi capaz de apartar
de mim as brigas, os gritos, os estrondos monumentais? Como, pequeno,
entender e digerir tudo; todo aquele peso adulto? Menino Fernando,
tão franzino, quieto, calado, passivo, ingênuo: menino.
Agora,
não devo me afobar tanto. É tempo de afinar as ideias; apurar
desejos, sonhos. É estratégia de remição, aproveitar a proposta
crível da transmutação, para me curar por ti, menino Fernando.
Ouça-me. Ajude-me. Somos um.
…
Quando
minha mãe arrebentou Iracilda na porrada, o meu ímpeto foi por sua
defesa. Ainda que não fosse tão afeito à sua figura grotesca,
passávamos horas e horas, eu e meu irmão, sob seus cuidados. Havia,
claro, um sentimento ínfimo (de medo): “Se ela for embora, quem
vai cuidar de mim quando mamãe não estiver?”.
Não
sobrou tempo para tomar pé da situação. A mulher saiu escorraçada.
“Quis seduzir seu pai; aliciá-lo, para se apartar de nós e
arrumar uma nova família!”, mamãe vociferava. “Aquela cachorra
quer que ele a sustente!”. Rondava a conversa que, de fato, papai
preparava as malas; que, pouco a pouco, ia deixando coisas suas em
Pacajus, para, prontamente, se mudar em definitivo. O calvário. O
martírio. O espezinhar mórbido, renitente, impassível.
O
rinoceronte irrompeu a paz, ao adentrar a casa, naquele fatídico
dia. Bêbado, reclamou a presença de Iracilda, após um fim de
semana incógnito. Não havia celular. O isolamento programado,
desleixado, completo.
A
convulsão o seguia. Mamãe aos prantos, porque o rinoceronte queria
sumir de vez. Dessa parte só tive notícia. Eu dormia, às duas da
manhã. Mas mamãe me acordou, desesperada: “Corra! Seu pai quer ir
embora! Peça, pelo amor de Deus, para ele não ir!”. Um loop
infinito: pelo amor de Deus. Pelo amor de Deus. Pelo amor de Deus.
Uma dízima periódica, que dizimou o raso nirvana que se projetava
em mim. Aos seus pés, quase em oração: “Pai, ‘pelo amor de
Deus’, não vai embora! Pai, ‘pelo amor de Deus’, não deixa a
gente aqui!”.
Chorava.
Retorcia-me. Escondia-me nos profundos da casa. Sem saber o porquê
daquilo tudo. Uma dor que ia e vinha, quando menos se esperava.
Quando menos se espera.
…
A
primeira vez. O rinoceronte não se foi, por mim. Senti-me fio frágil
de uma suposta estabilidade.
Repetidas
vezes, quando o rinoceronte se encantava com o mundo selvagem, lá ia
eu, o pequeno redentor, que o tragava do fosso da perdição,
agarrá-lo e suplicar: “Pelo amor de Deus!”. Depois (ufa!), a
religião me substituiu nessa tarefa dolorosa – para o bem ou para
o mal, abandonei a obrigação.
A
bigorna me deixava circunspecto ao lugar e, por isso, me liberava na
fantasia.
Louvo
me derramar pela arte, com a boa vontade da posteridade para me
aturar. Pois que, de outro modo, não poderia me desvencilhar dos
vestígios do mau que me sucedeu.
Como
Freud, meu refúgio e minha salvação é a literatura; a elucidação
de minhas mais intricadas proposições; a chave de acesso e de
conexão ao universo inconsciente, com dois trilhões de galáxias
inexploradas em mim.
Caro
menino Fernando. Muito caro. Caríssima a liberdade. Inalienável.
Enfim,
sigamos, não é o fim.
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Adriano
B. Espíndola Santos. Natural de Fortaleza, Ceará. Autor dos
livros Flor no caos, 2018 (Desconcertos Editora), e Contículos de
dores refratárias, 2020 (Editora Penalux). Colabora mensalmente com
a Revista Samizdat. Tem textos publicados nas Revistas Acrobata,
Berro, InComunidade, Lavoura, LiteraturaBr, Literatura &
Fechadura, Mallarmargens, Mbenga, Mirada, Pixé, Poesia Avulsa, Ruído
Manifesto, São Paulo Review e Vício Velho. Advogado humanista.
Mestre em Direito. É dor e amor; e o que puder ser para se sentir
vivo: o coração inquieto.
por
Taciana Oliveira___
Na Caixa de Poesia do Mirada chegam dois poemas do recém publicado Pergamináceo (Editora Penalux, 2020), livro do poeta Luís Guilherme Libório. O terceiro poema é inédito e se apresenta no formato de plaquete. Para fazer o download clique: Internet Archive. Para adquirir o livro do escritor acesse aqui o site da Editora Penalux.