A sonoridade inescapável de C-Agardh | Renê Freire + Thelmo Cristovam

 por Taciana Oliveira__




C-Agardh, segundo álbum do duo Renê Freire + Thelmo Cristovam é um trabalho marcado pela densidade e experimentações. Piano e sax “conversam” em texturas e harmonizações provocativas, abrasivas e sombrias. No texto de divulgação do disco temos a seguinte descrição: C Agardh é o nome de um gênero de algas, o sargaço que é parte integrante da experiência de viver em Recife. Invisível porém onipresente, pequenos fragmentos que formam uma massa densa e inescapável, forrando a parte mais profundo do mar habitável.

As músicas que compõem a produção, Chromalveolata e Phaeophycea, foram gravadas ao vivo durante os eventos Distimia (1) e Musicac (2).

C-Agardh é mais um lançamento do Selo Fictício, criado por estudantes e ex- alunos da pós-graduação em Música da UFPB e UFRN. O selo aposta em explorar “o frutífero caldeirão sonoro presente na música experimental do Nordeste.” Para acessar o catálogo da gravadora clica aquiAbaixo você poderá ouvir, fazer o download e mergulhar na sonoridade áspera e tempestuosa de C-Agardh










Renê Freire é pianista e compositor, nascido em Caruaru, no Agreste de Pernambuco. Com influências da música para piano do começo do século XX e XXI, o músico está em processo de gravação do primeiro disco solo, "Átrio", no estúdio da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Freire mescla peças de música contemporânea para piano e mista (piano e eletrônicos). Integrou o projeto Adamante, ao lado de Vinícius de Farias e Henrique Correia, que lançou o EP "Exercícios Sobre Mundanidade", em 2016. É mestrando em Composição na UFPB, onde pesquisa sobre a Composição e a Performance.



Thelmo Cristovam é pesquisador independente em psicoacústica, compositor/músico/improvisador/ruidista, artista sonoro e radioasta. Atualmente desenvolvendo um projeto que envolve radioastronomia e astrosismeografia/astrosismeologia (gravação e desenvolvimento de uma obra com sons do cosmo, fora da terra, com um interesse particular pelas explosões solares que estão em seu pico dos últimos séculos). Ao lado dessa pesquisa, também rascunha uma outra sobre as relações, caso existam, entre arte sonora e música experimental no Brasil. Em termos gerais, a sua pesquisa/poética, incluindo aí as ações/oficinas, versa sobre a inexistência do tempo e de como essa ideia abstrata seria, por hipótese, uma estratégia da consciência para moldar o mundo "real", e esse moldar seria construído a partir do som, e em particular, a dimensão temporal seria uma dimensão espacial altamente especializada e não simétrica e desse ponto seriam herdadas e/ou transmitidas as características do som, daí o uso da psicoacústica para tentar entender a escuta a partir dessas premissas.





Taciana Oliveira é mãe de JP, comunicóloga, cineasta, torcedora do Sport Club do Recife, apaixonada por fotografia, café, cinema, música e literatura. Coleciona memórias e afetos. Acredita no poder do abraço. Canta pra quem quiser ouvir: Ter bondade é ter coragem.