Sem gado, de Carlos Eduardo Amaral

 

por divulgação__




Segundo livro de ficção do jornalista, escritor e crítico musical Carlos Eduardo Amaral aborda semelhanças geográficas e sociais entre o Sertão nordestino e a ilha do Sal para explorar uma trama de acerto de contas com o passado

 

Em sua estreia no universo ficcional, com o romance “Sem relva” (edição independente, 2020),  Carlos Eduardo Amaral imaginou um turbulento protesto – que tinha como mote a melhoria do transporte coletivo na capital pernambucana – como pretexto para narrar um conflito de gerações entre um pastor evangélico e um de seus filhos, um black bloc detido pela polícia durante a manifestação.

 

Em “Sem relva”, outro black bloc, André, vê-se obrigado a deixar o Brasil por questões de segurança. No novo país, Cabo Verde, ele acaba sendo confrontado, inesperadamente, com seu maior drama familiar: as memórias do episódio do assassinato de seu pai. O encontro com o respectivo assassino em uma terra desconhecida é a trama central do romance “Sem gado”, segundo livro de uma trilogia, prevista para terminar em 2023, e que já se encontra à venda pela Amazon.

 

Nessa trilogia, explica o escritor, temáticas políticas e sociais locais, nacionais e internacionais são gradativamente tratadas como pano de fundo para desvelar comportamentos e subterfúgios que vão de encontro ao bem comum, e também para abordar a superação de conflitos morais e interpessoais pela via que segue da dor ao perdão, passando pelo inevitável sofrimento desse exercício espiritual, detalha Amaral.

 

“Sem gado” dá continuidade à homenagem ao universo operístico iniciada com “Sem relva”, agora com os títulos dos capítulos fazendo referência à ópera francesa e dividindo-se em dois atos. No primeiro ato, o leitor é apresentado aos cenários e personagens do enredo, enquanto o segundo desenvolve, de fato, o conflito central, que tem sua carga dramática sugerida pelos títulos dos capítulos.

 

O romance também aproveita para abordar aspectos sociais e geográficos de Cabo Verde – nação bastante admiradora da cultura brasileira, mas ainda tão desconhecida entre os brasileiros –, especialmente da ilha do Sal, palco principal da trama. “Tive a oportunidade de passar 24 horas no Sal, ao voltar de uma viagem de turismo a Portugal, no Carnaval de 2019, e as semelhanças do povo, da cultura, da geografia e da sociedade salense com Pernambuco são notáveis. Por isso, prometi a mim mesmo que, em dado momento, Cabo Verde ganharia meu olhar mais amplo; senão jornalístico, pelo menos o literário”, comenta o autor.

 

No painel traçado e imaginado pelo autor em “Sem gado”, houve espaço para perpassar, como se fossem artigos jornalísticos disfarçados: aspectos da história e da realidade cabo-verdianas; da relação do país-irmão com o Brasil e com as potências econômicas e políticas do Hemisfério Norte; da insegurança na vida pelos mares contemporâneos; dos pontos comuns entre o Sertão nordestino e as ilhas cabo-verdianas mais orientais; da gentrificação; da proximidade com as guerras civis no continente africano; da ação das obras missionárias católicas, e da panlusofonia, sem relegar a segundo plano o tratamento literário e artístico.

 

SINOPSE

Dois policiais pernambucanos chegam à ilha do Sal, em Cabo Verde, em busca de um ex-black bloc que havia mudado de país e de vida para se desvincular do passado. A missão dos dois é encerrar o caso do assassinato do pai do black bloc, ocorrido poucos anos antes. Os policiais então visitam uma comunidade religiosa católica de assistência social e descobrem ali os personagens que precisam entrevistar para esclarecerem o caso e voltarem ao Brasil. No entanto, alguns desvios de conduta de todos os envolvidos põem em risco o sucesso da missão.

 



BRINDE


Quem adquirir o romance até a próxima quarta, dia 26 de maio, ganhará de brinde o link para o e-book “Contos sobre a morte desprovidos de morbidez”. Basta informar o endereço de e-mail.








 

Carlos Eduardo Amaral - (Olinda, 1980) é jornalista, crítico musical, escritor, compositor, arranjador, pesquisador e mestre em Comunicação pela UFPE como bolsista da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe). Na mesma universidade, graduou-se em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo e concluiu pós-graduação lato sensu em Jornalismo e Crítica Cultural. Como pesquisador, foi agraciado com prêmios da Fundação Nacional de Artes (Funarte), da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) e do antigo Ministério da Cultura; organizou a “Coletânea de crítica musical – Alunos da UFPE” (edição independente, 2010); colaborou com o livro “O ofício do compositor” (Editora Perspectiva, 2012) e apresentou trabalhos acadêmicos sobre música e ativismo político, no Canadá, e música armorial, na Argentina. Como escritor e crítico musical, publicou pela Cepe Editora cinco livros-reportagem que têm como protagonistas compositores referenciais da música pernambucana (os quatro últimos compõem o selo Frevo, Memória Viva, idealizado pelo autor):“Clóvis Pereira – No Reino da Pedra Verde” (2015), “Maestro Formiga – Frevo na tempestade” (2017), “Maestro Duda – Uma visão nordestina” (2018), “Getúlio Cavalcanti – Último regresso” (2018) e  “Jota Michiles – Recife, manhã de sol” (2019) Como compositor, escreveu mais de trinta peças para instrumentos solistas, conjuntos de câmara e orquestra sinfônica.