Lançamento do livro E Deus não Acudiu Ninguém, de Conceição Rodrigues

 por Divulgação__




                           


O que há em comum entre mulheres expostas numa mesa de necrotério para serem estupradas por homens organizados para isso, um ator pornô que sonha em brilhar em Nova Iorque , um filho celebrando a morte do pai porque é amante da madrasta, apicultores, uma dona de casa idosa que se masturba com sua coleção de aranhas e uma mãe, assassina de sua criança recém-nascida, com um simpático elefante de collant?


São essas , entre outras, as personagens que desfilam em narrativas permeadas de questões humanas complexas,  loucura,  traição,  solidão, injustiça, desamparo, situações-limite que  nos põem  diante de arquétipos para reflexão e apreensão,  abismo no qual podemos nos deparar com nosso próprio reflexo.



Prefácio


por Raimundo Carrero

 

Eis Conceição: sensibilidade, habilidade, força.


Tudo isso se mistura para compor uma obra de onde sai faísca e fogo, cheia de sensualidade e ternura, frutos de seu grito vigoroso, feito grito de amor, deste grande amor pela humanidade, sem aquele lirismo burocrático de que fala Manuel Bandeira. Uma poesia_ poesia no sentido amplo, não só desafiadora e rebelde, sim, absolutamente rebelde, rebeldia só encontrada na província poética de Allen Ginsberg e de outros poetas da geração Beat, com seus tons de dor e amor, mesmo quando não há rima; rima, aliás, pela  qual esta magnífica autora não tem o menor respeito, mas encanta nos momentos em que a inquietação é maior do que a solidão que o prefaciador de repente encontra.


Desde sempre encontro na obra de Conceição o mesmo berro, o grito que vem do “Uivo”, aquele grito desesperado de juventude do III milênio, destroçada pela máquina e pela impiedade da poluição, filha direta da gasolina, não por acaso o título de outra obra forte como a de Neal Cassady. Todos inquietos com a civilização de ataque ao humano, devastado por duas grandes guerras no princípio, seguidas da Guerra Fria, sacudida pelas batalhas ideológicas e por muitas ditaduras que foram implantadas quase ao mesmo tempo.


Assim é que se pode ler o trabalho literário desta escritora, seja na prosa, seja na poesia, fruto de uma insatisfação permanente, na rebeldia, na luta contra um mundo convulsionado. Isto tudo nasce na sensibilidade de quem está em contato diário com esta contorção- seja ela nas ruas da cidade- seja na leitura e no estudo do que chamamos de mundo.


Para começo de conversa, sintam aqui o pulsar de Conceição, seu afeto, sua ternura, sua sensibilidade atormentada.


Pré-venda em breve



Conceição Rodrigues nasceu em Arcoverde, portal do sertão pernambucano, mas viveu a maior parte do tempo em Recife, onde mora até hoje. É graduada em Letras e tem especialização em Literatura. Leciona na rede pública de ensino. Recebeu menção honrosa no III Prêmio Pernambuco de Literatura com o livro de contos “Corda para nós”, e no IV Prêmio Pernambuco de Literatura recebeu menção honrosa com o romance “323”. Trabalhou como assistente de Raimundo Carrero na Oficina de Criação Literária- UBE. Organiza e participa de antologias. Faz assessoria em produção textual em diversos gêneros e áreas. Publicou em 2020 “Molhada até os ossos” e “Os dedos das santas costumam faiscar”, livros de poemas, pela Editora Patuá. Seu próximo lançamento é  "e deus não acudiu ningém" E-mail: cecitha7777@gmail.com