por Divulgação__
São essas , entre outras, as
personagens que desfilam em narrativas permeadas de questões humanas
complexas, loucura, traição,
solidão, injustiça, desamparo, situações-limite que nos põem
diante de arquétipos para reflexão e apreensão, abismo no qual podemos nos deparar com nosso
próprio reflexo.
Prefácio
por Raimundo Carrero
Eis
Conceição: sensibilidade, habilidade, força.
Tudo
isso se mistura para compor uma obra de onde sai faísca e fogo, cheia de
sensualidade e ternura, frutos de seu grito vigoroso, feito grito de amor,
deste grande amor pela humanidade, sem aquele lirismo burocrático de que fala
Manuel Bandeira. Uma poesia_ poesia no sentido amplo, não só desafiadora e
rebelde, sim, absolutamente rebelde, rebeldia só encontrada na província
poética de Allen Ginsberg e de outros poetas da geração Beat, com seus tons de
dor e amor, mesmo quando não há rima; rima, aliás, pela qual esta magnífica autora não tem o menor
respeito, mas encanta nos momentos em que a inquietação é maior do que a
solidão que o prefaciador de repente encontra.
Desde
sempre encontro na obra de Conceição o mesmo berro, o grito que vem do “Uivo”,
aquele grito desesperado de juventude do III milênio, destroçada pela máquina e
pela impiedade da poluição, filha direta da gasolina, não por acaso o título de
outra obra forte como a de Neal Cassady. Todos inquietos com a civilização de
ataque ao humano, devastado por duas grandes guerras no princípio, seguidas da
Guerra Fria, sacudida pelas batalhas ideológicas e por muitas ditaduras que
foram implantadas quase ao mesmo tempo.
Assim
é que se pode ler o trabalho literário desta escritora, seja na prosa, seja na
poesia, fruto de uma insatisfação permanente, na rebeldia, na luta contra um
mundo convulsionado. Isto tudo nasce na sensibilidade de quem está em contato
diário com esta contorção- seja ela nas ruas da cidade- seja na leitura e no
estudo do que chamamos de mundo.
Para
começo de conversa, sintam aqui o pulsar de Conceição, seu afeto, sua ternura,
sua sensibilidade atormentada.
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