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por Mirada__
Memórias
da Emília - Grupo de Teatro Ená Iomerê - Colégio Diocesano de
Caruaru
Dia
22/10 - Teatro Rui Limeira Rosal/Caruaru (10h)
Por Mirada__
Martin Luther Propagandapiece - Suíça
FESTIVAL DE TEATRO DO AGRESTE 2019
De 16 a 26 de outubro – Programação da Mostra Profissional
Dias 16 e 17/10 - Teatro Barreto Júnior/Recife (19h)
por Taciana Oliveira___
Carioca
de nascimento, radicada em Pernambuco, produtora e atriz, Naná Sodré
é uma figura imprescindível na cena cultural do Estado. Uma das
idealizadoras da Mostra Luz Negra – O Negro em estado de
representação, iniciou sua trajetória trabalhando com luz cênica.
Mas no ano de 2009 começa a se dedicar aos estudos da interpretação
e atuar como atriz. Para Naná era “algo incontrolável” criar um
novo percurso profissional. A partir da aprovação de um projeto em
um edital, e a realização de um espetáculo, os efeitos do racismo
institucional se fez presente até mesmo na própria comunidade
teatral. Uma atriz negra em cena, para alguns, era um “devaneio”
Naná Sodré em cena |
por Taciana Oliveira___
A performance Mulheres que carregam homens dá seus primeiros passos no ano de 2013, a partir da concepção de uma pequisa intitulada Violência de Gênero: Da opressão à transformação social através do diálogo. Desde então o grupo Nexto - Núcleo em Experimentações do Teatro do Oprimido, formado pelos atores Andréa Veruska e Wagner Montenegro, se debruça sobre o tema através da elaboração de oficinas e realização de espetáculos. Em 2016 o projeto Do gênero performativo às performatividades de gênero no Teatro de Rua, é aprovado no Edital do Funcultura - PE. O objetivo dessa nova pesquisa é a promoção do diálogo entre as pessoas e o espaço urbano. Espaço esse que não está acostumado a debater questões sobre a violência de gênero.
Divulgação: NEXTO |
A performance Mulheres que carregam homens dá seus primeiros passos no ano de 2013, a partir da concepção de uma pequisa intitulada Violência de Gênero: Da opressão à transformação social através do diálogo. Desde então o grupo Nexto - Núcleo em Experimentações do Teatro do Oprimido, formado pelos atores Andréa Veruska e Wagner Montenegro, se debruça sobre o tema através da elaboração de oficinas e realização de espetáculos. Em 2016 o projeto Do gênero performativo às performatividades de gênero no Teatro de Rua, é aprovado no Edital do Funcultura - PE. O objetivo dessa nova pesquisa é a promoção do diálogo entre as pessoas e o espaço urbano. Espaço esse que não está acostumado a debater questões sobre a violência de gênero.
Mulheres
que carregam homens é um dos dispositivos gestados dentro desse
projeto. As principais referências para concepção dessa
performance habita no conceito de performatividade de gênero,
apresentado por Judith Butler e na narrativa mais do que necessária
da obra Teoria King Kong de Virginie Despentes. A
performance conta com a participação de atores em espaços
públicos, oferecendo assim oportunidade para se conhecer outras formas de atuação teatral. Mulheres que carregam homens é muito
mais que uma metáfora, é a constatação que a arte não se afasta do
cotidiano. Uma performance provocativa, um espelho para quem assiste
e muita vezes não se dá conta que reproduz o que condena. Conversando
com a atriz e uma das idealizadoras do projeto, Andréa Veruska, ela
comenta que a reação do público feminino, em algumas das
apresentações, é de surpresa ao se deparar com a suposta inversão
da “lógica”: homens é que carregam mulheres. Esse mesmo público
se questiona, se revolta ou se reconhece na performance. Expressam
descontentamento ao enxergar na dramatização o papel designado para
mulher na sociedade. A resposta de parte do público masculino já é
diferente. Quando convidados para atuar no dispositivo, manifestam
naturalmente um comportamento agressivo e machista.
Mulheres que carregam homens, como quase toda intervenção performática, é antes de tudo um ritual, uma abordagem para uma leitura crítica de algo que diz tanto sobre nós. A performance não procura responder sobre o tema. Não é esse o objetivo. O NEXTO busca estimular o diálogo e a participação popular. Após assistir o vídeo que documenta a passagem dos atores no Mercado Público do bairro de Afogados, peço licença e tomo emprestado o poema de Alice Ruiz para encerrar o texto: algumas flores teimam em viver/ apesar do tempo/ apesar do peso/ apesar da morte/ apesar de algumas que teimam em morrer/ apesar de tudo.
Mulheres que carregam homens, como quase toda intervenção performática, é antes de tudo um ritual, uma abordagem para uma leitura crítica de algo que diz tanto sobre nós. A performance não procura responder sobre o tema. Não é esse o objetivo. O NEXTO busca estimular o diálogo e a participação popular. Após assistir o vídeo que documenta a passagem dos atores no Mercado Público do bairro de Afogados, peço licença e tomo emprestado o poema de Alice Ruiz para encerrar o texto: algumas flores teimam em viver/ apesar do tempo/ apesar do peso/ apesar da morte/ apesar de algumas que teimam em morrer/ apesar de tudo.
Taciana
Oliveira é mãe de JP, cineasta, torcedora do Sport Club do Recife,
apaixonada por fotografia, café, cinema, música e literatura.
Coleciona memórias e afetos. Acredita no poder do abraço. Canta pra
quem quiser ouvir: Ter bondade é ter coragem.