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por Divulgação__

 



 

por Andrea Dip /Agência Pública___

 

Fotografias: Artur Renzo (a esquerda), Taba Benedicto ( canto superior direito) e Marina Valeriano (canto inferior direito)

 

por Divulgação__

 


 

por Morgana Kretzmann/Divulgação__




 

por Taciana Oliveira__

 


 

 

por Divulgação___



por Divulgação__



 por Taciana Oliveira__




 


 por Divulgação___

 


  

por Taciana Oliveira__



 

 por Taciana Oliveira__









 

por Taciana Oliveira__




 por Taciana Oliveira__



 

por Divulgação__



 por Divulgação__




 por Divulgação__




 

por Divulgação__



 por Taciana Oliveira__


Jota Camelo/ Apoie


 



Guardei-me para a epopéia

que jamais escreverei.

Poetas de Minas Gerais

e bardos do Alto do Araguaia,

vagos cantores tupis,

recolhei meu pobre acervo,

alongai meu sentimento.

O que eu escrevi não conta.

O que desejei é tudo.

Retomai minhas palavras,

meus bens, minha inquietação,

fazei o canto ardoroso,

cheio de antigo mistério

mas límpido e resplendente.

Cantai esse verso puro,

que se ouvirá no Amazonas,

na choça do sertanejo

e no subúrbio carioca,

no mato, na vila X,

no colégio, na vila oficina,

território de homens livres

que será nosso país

e será pátria de todos.

Irmãos, cantai esse mundo

que não verei, mas virá

um dia, dentro em mil anos,

talvez mais… não tenho pressa.

Um mundo enfim ordenado,

uma pátria sem fronteiras,

sem leis e regulamentos,

uma terra sem bandeiras,

sem igrejas nem quartéis,

sem dor, sem febre, sem ouro,

um jeito só de viver,

mas nesse jeito a variedade,

a multiplicidade toda

que há dentro de cada um.

Uma cidade sem portas,

de casa sem armadilha,

um país de riso e glória

como nunca houve nenhum.

Este país não é meu

nem vosso ainda, poetas.

mas ele será um dia

o país de todo homem.

“A Rosa do Povo” – 1943/1945 Carlos Drummond de Andrade