por Taciana Oliveira__


por Baga Defente



Nota do Autor

Primavera Árabe, golpe de estado no Egito, revelação dos esquemas de espionagem da NSA. Guerra na Síria, Papa sulamericano, morte de Mandela e Chávez. Legalização do casamento gay, descriminalização do aborto e liberação da maconha — os três no Uruguai.

Jornadas de Junho, incêndio na boate Kiss, ampliação dos direitos das domésticas. Lançamento do programa Mais Médicos, prisão dos condenados do Mensalão, o sumiço do pedreiro Amarildo:

Dentro e fora do país, 2013 foi um ano tumultuado.

A nível pessoal & subjetivo, também.

Em junho de 2013, enquanto explodiam as manifestações (a priori) contra o aumento das tarifas de ônibus, eu amargava o término de uma relação.

Quase dois anos antes, havíamos — minha então companheira, nossos dois filhos e eu — trocado o cinza da cidade pelo verde do interior e vivíamos em um bairro rural.

Após a separação, optei por continuar ali, morando sozinho em uma pitoresca edícula “hobbit” — espécie de bunker encrustado em um pequeno morro, com arcos de bambú sustentando o telhado e a base das janelas ao nível do solo —, acompanhando online, em tempo-real, toda essa movimentação na capital enquanto encarava uma ressaca afetiva, que nasce o meu interesse pela política.

Até então eu me dizia um ser apolítico. Seis anos passados, nas mais diversas esferas — pessoal, social, profissional, artística — a Política é um dos meus temas centrais.

Este livro pretende ser um relato poético-político-pessoal dos fatos ocorridos no Brasil dos últimos anos.

Um retrato subjetivo do golpe jurídico-midiático de 16, cujo ápice foi o impeachment da primeira presidente mulher do país, e suas consequências — as quais estamos vivemos e, pelo visto, ainda viveremos por um bom tempo.

Por isso, creio ser válido comentar algumas coisas: primeiro, os poemas aqui apresentados seguem sua ordem de escrita. Assim, podemos ver uma certa inocência no poema de abertura, na crença de que “o gigante havia despertado”.

Inclusive, no início da edição deste livro, em parte por vergonha dessa ingenuidade — e por não mais compartilhar algumas das visões ali proferidas —, não o havia incluído nesta seleção; porém, conforme o livro foi tomando forma, achei importante tê-lo aqui, justamente por marcar o início, ainda que inconsciente, desta nova fase.

Poema dos anos 20, o único desta seleção previamente publicado — em Pingalove, meu livro de poemas anterior —, é aqui repetido por ter sido escrito durante a bizarra sessão da câmara que culminou com o afastamento de Dilma
Rouseff, um marco político tornado poético.

Na sequência temos o Poema de Repúdio, escrito para ser lido durante a abertura da 7ª Conferência Municipal de Cultura de Botucatu, em maio de 2016

O evento contemplava a leitura e aprovação do regimento interno da conferência, além de algumas intervenções artísticas; essa foi a minha, feita de supresa, sem aviso prévio, visto que fui integrante da comissão organizadora.

A leitura gerou desconforto em três ou quatro presentes, que foram embora e depois reclamaram nas redes sociais.

Por receio de retaliação do público, integrantes do poder público cogitaram a possibilidade de adiar as atividades do dia seguinte. Insistimos em seguir com a programação.A conferência transcorreu sem problemas com recorde de público.

Para mim, serviu para sentir e observar o poder mobilizador e transformador que a Poesia possui, mesmo quando não nos damos conta disso.

Então a vida seguiu, o país afundou e, graças ao Grande Acordo Nacional — com Supremo, com tudo — e suas consequências, os poemas deste livro se fizeram ser escritos.
Torço, realmente, para que possamos, o quanto antes, celebrar nossa saída do fundo desse poço lamacento cheio de alçapões — mesmo que isso signifique não mais (precisar) escrever poemas políticos.


Baga Defente, abril de 2019

***para download acessar o link: POLITITITICA




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Baga Defente é poeta, artista visual & produtor cultural, sempre utilizando o Acaso como sua principal ferramenta criativa. Em 2011 trocou o cinza da cidade pelo verde do campo e se mudou da capital paulista para um bairro rural no interior, onde divide seu tempo entre trabalhos comissionados através do NADA∴Estúdio Criativo e sua produção autoral, a qual se manifesta em vídeos, pinturas, colagens e textos que abordam e mesclam relações humanas afetivo-sociais, política & ocultismo.
Desde 2015 também se dedica à publicação independente, produzindo livros artesanais de pequena tiragem e grande cuidado, tendo até agora lançado 13 títulos, quase todos de sua autoria.
Conheça mais procurando por @bagadefente e @NADAestudiocriativo pelas redes sociais.


por Adrienne Myrtes___



por João Gomes__

Fotografia: Dani Ortiz
  por Taciana Oliveira__
                       
Xilogravura & datilografia sobre papel jornal, 16x11 cm, 2015 - Baga Defente


por Taciana Oliveira__

Poeta, artista visual, produtor cultural e editor literário. Baga Defente é múltiplo e incansável. Há tempos que a gente queria publicar essa entrevista. Há tempos que ela precisava acontecer. Equilibramos nossas agendas e o resultado de nossas conversas compartilhamos agora.

Baga Defente


por Mirada__


Memórias da Emília - Grupo de Teatro Ená Iomerê - Colégio Diocesano de Caruaru
Dia 22/10 - Teatro Rui Limeira Rosal/Caruaru (10h)
Por Mirada__


FESTIVAL DE TEATRO DO AGRESTE 2019
De 16 a 26 de outubro – Programação da Mostra Profissional


Martin Luther Propagandapiece - Suíça
Dias 16 e 17/10 - Teatro Barreto Júnior/Recife (19h)


por Taciana Oliveira__



O cineasta americano Martin Scorsese, diretor de filmes como Taxi Driver, O Touro Indomável e os Bons Companheiros afirmou na revista Empire que suas tentativas de acompanhar os filmes contemporâneos de super-heróis fracassaram:



por Taciana Oliveira__


O livro Azul Instantâneo de Pedro Vale nasceu da reunião de poemas e textos postados anteriormente em uma rede social. Dona de um arrojado projeto gráfico, a obra nos convida a desvendar a essência visual do poema. Para isso é necessário se reconstruir, se permitir a conexão com a matéria do imprevisível e imaginário. Nada é fácil e constante. Pedro oferta a dúvida, o abismo, a palavra-sopro, a convulsão. Para o poeta o poema é letal e expande-se na peregrinação pela existência. Há sempre um pulsar, um despertar áspero-suave pronto para provocar o desejo, a revolta e denunciar a dor de existir:


por Rebeca Gadelha__

Artista: Smile

Horácio veio do Norte com seu irmão, deixou na floresta um outro,perdido à beira de um rio, apenas a espingarda deixada para trás. Na cidade ao lado da capital comprou umas terras num povoado, fez um sítio, casou-se com Chiquita, viveu da terra, dos bichos, teve filhos e filhas — todos os nomes começavam com a letra M . Dizem estes que Horácio ajudou a construir a cidade, hoje nada resta dele além de uns poucos papéis na secretária de planejamento: Horácio é apenas um nome que se perdeu, dentre tantos outros, no meio da história de uma cidade — como tantas outras — que cresceu engolindo gente.

Curadoria por Taciana Oliveira_

Ensaio fotográfico conduzido por Bruna Sombra para o lançamento do livro Zonas Abissais de Lisiane Forte, Editora Aliás.



Fotografia : Bruna Sombra


por Rebeca Gadelha__



 Curadoria por Taciana Oliveira


Fotografia: Wilton Jr/Estadão


por Taciana Oliveira__
Uma entrevista, um bate-papo virtual com Marcelo Rêgo, um dos criadores do duo Sargaço Nightclub.

A música sempre nos acompanhou
O projeto Sargaço Nightclub é um duo de música autoral formado por nós, Sofia França e Marcelo Rêgo. Nós tocamos, respectivamente, violão e guitarra e dividimos os vocais de praticamente todas as músicas: sempre que um faz a voz principal, o outro faz backing vocal, e assim dividimos o repertório meio a meio.
Sargaço  Nightclub : Marcelo Rêgo e Sofia França
Fotografia: Kamila Ataíde