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Por
Aliás Editora e Taciana Oliveira__
O
livro Paginário, Alías Editora – resultado das narrativas obtidas
durante a Oficina de Escrita Literária – “Leitores, livros e as
histórias de cada um”, que teve a mediação de Anna K Lima –
será lançado no dia 10 de maio, sexta-feira, em programação que
acontecerá no Espaço O POVO de Cultura &Arte. O título
“Paginário” quer dizer “as páginas preferidas dos nossos
livros”.
A
publicação reúne 23 autoras e autores que participaram da formação
– realizada em outubro do ano passado. Nessa materialização entra
a Editora Aliás, que tem como diferencial publicar somente mulheres,
que foram maioria na oficina de escrita. Outra mulher assina a capa
do livro, a artista visual e escritora cearense Raisa Cristina.
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Fotografia: Pâmela Soares
Os
autores: Ana Argentina Castro Sales, Antonia Gabriela de Araújo
Alves, Delma Fonteles, Delmisa Fonteles, Domingos Sávio Mariano
Filho, Fabrício Saldanha Arnaldo, Francisca Maria Alcântara de
Holanda, Gálbia Angélica Goiana da Silva, Jessika Thaís Sampaio
Lopes, João Manoel da Silva Queiroz, Jose Flávio Januário Dos
Santos Filho, Juliana Braga Guedes, Liliana Ricardo Alves, Lisiane de
Oliveira Forte, Magda Helena de Araújo Maya, Marcello Camelo
Ancanfor Magalhães, Pâmela Cardozo Soares, Rafael de Mesquita F.
Freitas, Rebeca Maria Gadelha Mendes Matias, Thiago Noronha Pinto,
Tania Maria Castro Sales, Yvonne Miller e Neyara Furtado Lopes.
Para
adquirir Paginário: Aliás Editora
|
Saiba como nasceu o projeto e o que pensam os escritores. Dá um play nos vídeos e mergulhe nessa história.
por Taciana Oliveira___
No
último mês de março o Centro Cultural Banco do Nordeste em
Fortaleza promoveu A Imagem da Palavra: Oficina Criativa de
Narrativas Visuais. Na programação conceitos básicos sobre as afinidades das narrativas literárias e cinematográficas. Foram três
dias de conversas, atividades teóricas e práticas relativas à concepção de roteiros para a produção de quatro
videopoemas.
por Taciana Oliveira___
Não sei mais o que dizer de autoria de Jéssica Gabrielle Lima, uma publicação da Aliás Editora, é um desabafo poético sobre perdas, afetos e possíveis recomeços. As ilustrações de Jéssica revelam com delicadeza o caos emocional de uma solidão feminina. Tudo dói, é intenso, frágil e absurdamente sincero. Tudo grita e se cala na mesma proporção. Não sei mais o que dizer cria atalhos para conexões visuais onde o amor reverbera além de toda ausência.
*Jéssica Gabrielle Lima é editora e ilustradora da Aliás. Formada em Letras, dona de um gosto musical mais-que-perfeito, criada no Modubim, Fortaleza, atua como professora, revisora de textos e mediadora de leitura.
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Publish at Calameo
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Taciana
Oliveira é cineasta, torcedora do Sport Club do Recife,
apaixonada por fotografia, café, música e literatura. Coleciona
memórias e afetos. Acredita no poder do abraço. Canta pra quem
quiser ouvir: Ter bondade é ter coragem.
por Juliana Berlim__
Selva
Almada esteve no Brasil em 2018 para o lançamento nacional de seu
livro Garotas mortas (Editora Todavia), tradução do original argentino
"Chicas muertas" de 2014. A obra pretende acompanhar os
desdobramentos de três assassinatos de jovens argentinas entre as
décadas de 80 e 90 (Andrea Danne, Maria Luísa Quevedo e Sarita
Mundin). Nenhuma delas era portenha e todas provinham de famílias da
classe trabalhadora e/ou dirigidas por mulheres. Todas com idades
entre quinze e vinte anos. O alijamento socioeconômico contribui,
infere -se, na irresolução dos crimes. Almada, ela mesma uma jovem do
interior do país, criada em uma cidade vizinha à da família de uma
das vítimas, persegue essas histórias e refaz as pegadas deixadas
pelas investigações conduzidas. Vasculhando os detalhes dos
inquéritos, entrevista familiares, ex-namorados, amigos, vizinhos,
conhecidos, qualquer um que permita a elucidação dos crimes ou
lance nova luz ao obscurantismo dos acontecimentos de antanho.
Como técnica narrativa, Almada emprega a autoficção em conjunto com uma forma sincopada de jornalismo literário, já que a autora recusa sistematicamente a seus interlocutores a alcunha de "jornalista". Ela é sim uma escritora atormentada pelos fantasmas dos assassinatos de mulheres que, por serem tão próximas, poderiam ser qualquer conhecida, qualquer uma de nós. Este efeito aproximativo cria a vinculação pretendida pela autora para nos fazer perceber que os crimes contra o gênero afetam-nos mais diretamente do que a imagem plasmada, fria de uma notícia de jornal possa fazer perceber. Ela observa igualmente a inexistência, à época das mortes das jovens, do termo "feminicidio". O neologismo aponta para novos modelos de sociedade em que se entende a urgência do cuidado quanto à condição feminina, a qual, como Almada apresenta diversas vezes em seu livro, é ainda entendida como terreno livre para a consumação dos desejos e das perversões masculinas. O corpo da mulher é, em suma, um eterno campo de batalha.
Como técnica narrativa, Almada emprega a autoficção em conjunto com uma forma sincopada de jornalismo literário, já que a autora recusa sistematicamente a seus interlocutores a alcunha de "jornalista". Ela é sim uma escritora atormentada pelos fantasmas dos assassinatos de mulheres que, por serem tão próximas, poderiam ser qualquer conhecida, qualquer uma de nós. Este efeito aproximativo cria a vinculação pretendida pela autora para nos fazer perceber que os crimes contra o gênero afetam-nos mais diretamente do que a imagem plasmada, fria de uma notícia de jornal possa fazer perceber. Ela observa igualmente a inexistência, à época das mortes das jovens, do termo "feminicidio". O neologismo aponta para novos modelos de sociedade em que se entende a urgência do cuidado quanto à condição feminina, a qual, como Almada apresenta diversas vezes em seu livro, é ainda entendida como terreno livre para a consumação dos desejos e das perversões masculinas. O corpo da mulher é, em suma, um eterno campo de batalha.

Juliana
Belim é professora de Língua Portuguesa e Literatura do Colégio
Pedro II. Conduz no mesmo colégio, o projeto de iniciação
científica Neuromancers, de leitura e pesquisa sobre romances de
ficção científica, bem como faz parte do corpo docente da
pós-graduação Lato Sensu Ererebá – Educação Étnico-Raciais
no Ensino Básico. Participou de três edições da FLUP – Festa
Literária das Periferias, com a publicação de quatro contos no
total.
por Taciana Oliveira___
O
zine A dor do agora é mais uma publicação do Aliás Selo
Editorial, e está disponível apenas para leitura na plataforma
Calameo. Conversei com a Thaís DSR que responde pela
autoria do texto. O resultado dessa conversa rendeu uma entrevista pocket para o
Mirada.
É
a tua segunda colaboração com o Aliás Selo Editorial. A primeira
foi a participação no e-book As Cidades e o Desejo. Como foi
produzir o zine? Era um formato novo para você?
Eu já tinha visto muitas mulheres escreverem no formato de zine. Até já tinha comprado alguns em feiras feministas e os da editora Aliás (comprei todos). De alguma maneira parece que esse formato é utilizado como ferramenta de luta das mulheres, já que as editoras nem sempre nos publicam e foge de outros formatos mais institucionalizados. Mas nunca tinha produzido um. Durante o processo me senti conectada com essas outras mulheres que utilizam o zine para se expressar.
Eu já tinha visto muitas mulheres escreverem no formato de zine. Até já tinha comprado alguns em feiras feministas e os da editora Aliás (comprei todos). De alguma maneira parece que esse formato é utilizado como ferramenta de luta das mulheres, já que as editoras nem sempre nos publicam e foge de outros formatos mais institucionalizados. Mas nunca tinha produzido um. Durante o processo me senti conectada com essas outras mulheres que utilizam o zine para se expressar.
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Juliana por Thaís DSR |
Você
e a Juliana DSR assinam a publicação. Fala um pouco do processo
criativo dessa parceria.
Aqui em casa somos três irmãs muito unidas e conectadas. Parecia um caminho natural a gente fazer as coisas juntas. Nós três temos uma ligação diferente no mundo das artes, a Ju desenha, eu escrevo e a minha irmã Carol é da área dos instrumentos musicais. Toda vez que escrevo algo novo é para elas que mostro primeiro. E, em contrapartida, a Ju sempre mostra seus desenhos e a Carol suas canções. Acho que isso une a gente. Alguns desenhos já estavam prontos e eu achei que cabiam no zine. Como o da Marielle e o da Matheusa, que a Juliana fez na época em que tudo isso doía ardentemente. Na época eu escrevi o texto da Marielle e ela fez o desenho, eles já se encaixavam. Outros a gente pensou juntas. Nós relemos os textos e pensamos o que poderia simbolizá-los. Foi tudo muito compartilhado, por isso assinamos juntas. É uma criação de irmãs.
Aqui em casa somos três irmãs muito unidas e conectadas. Parecia um caminho natural a gente fazer as coisas juntas. Nós três temos uma ligação diferente no mundo das artes, a Ju desenha, eu escrevo e a minha irmã Carol é da área dos instrumentos musicais. Toda vez que escrevo algo novo é para elas que mostro primeiro. E, em contrapartida, a Ju sempre mostra seus desenhos e a Carol suas canções. Acho que isso une a gente. Alguns desenhos já estavam prontos e eu achei que cabiam no zine. Como o da Marielle e o da Matheusa, que a Juliana fez na época em que tudo isso doía ardentemente. Na época eu escrevi o texto da Marielle e ela fez o desenho, eles já se encaixavam. Outros a gente pensou juntas. Nós relemos os textos e pensamos o que poderia simbolizá-los. Foi tudo muito compartilhado, por isso assinamos juntas. É uma criação de irmãs.
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Thaís por Juliana DSR |
Quando li o zine lembrei muito de uma texto da Clarice Lispector: Eu não aguento a resignação. Ah, como devoro com fome e prazer a revolta. Lembrei também da força dos versos de Maya Angelou em Still I Rise. A dor do agora é um "manifesto", um texto urgente que grita por resistência, uma porrada para acordar os que estão na apatia?
Acho que a A dor do agora trabalha com dois movimentos. Tem essa chamada pública de que é preciso levantar, que o mundo nos exige coragem, que ficar parada não é uma opção. Mas também são processos muito pessoais das dores que lutar e resistir nos causa. Então também é um texto que pode tocar as pessoas que já estão lá, que já tiveram seu despertar político, que já estão nas trincheiras. Porque fala do quantas vezes estamos cansadas, no quantas vezes pensamos em desistir, fala sobre perder batalhas. A morte da Marielle foi uma dessas perdas irreparáveis, que nos destruiu em vários níveis. Ela era a primeira vereadora lésbica e negra que eu conheci. Era mágico saber que ela existia. Nós chegamos a estar juntas na construção do movimento de mulheres lésbicas do Rio de Janeiro. E quando a assassinaram... Nossa! Nada poderia reparar isso! Nós perdemos e sabíamos disso. Mas também sabíamos que Marielle não iria querer ver a gente se conformando com a derrota. Então levantamos em meio a dor. Por ela e por todas as mulheres. Outros textos falam muito sobre a lesbianidade e esse processo de sair do armário, mas não só de sair, mas também de sentir orgulho de quem é (o texto da Cidade e os desejos também fala disso). Todo militante homossexual por mais que levante suas bandeiras com orgulho no presente carrega consigo um passado de dúvidas, muitas vezes de vergonha de si, um processo doloroso de autoaceitação. A dor do agora também é pra elas/eles. A dor do agora mas que a gente sabe que não é pra sempre.
* Thaís DRS é professora de Geografia, Mestre em Educação, lésbica e feminista.
*Juliana DRS tem essa sensibilidade no traço que parece se refletir na vida.
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Copio aqui o texto do lançamento do zine, escrito por Anna K de Lima, integrante do Aliás Selo Editorial, uma das escritoras mais porretas do Estado do Ceará, quiça do Brasil! As mulheres do Aliás não se cansam em multiplicar afetos . Elas reverberam o mundo:
A gente se empenha em impulsionar mulheres pelo mundo, Aliás! Uma força revolucionária, essa, de estar de mãos dadas — umas às outras. Daí apresentamos a zine da Thaís e Juliana DSR que nos toca imensamente sobre as formas de nos posicionarmos e sermos resistência nesse mundo. Não tá fácil, a gente sabe (e sofre!), mas é importante que estejamos juntas.
Publish at Calameo
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Taciana Oliveira é cineasta, torcedora do Sport Club do Recife, apaixonada por fotografia, café, música e literatura. Coleciona memórias e afetos. Acredita no poder do abraço. Canta pra quem quiser ouvir: Ter bondade é ter coragem.
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Taciana Oliveira é cineasta, torcedora do Sport Club do Recife, apaixonada por fotografia, café, música e literatura. Coleciona memórias e afetos. Acredita no poder do abraço. Canta pra quem quiser ouvir: Ter bondade é ter coragem.