por Iaranda Barbosa __





 por Valdocir Trevisan__




No último texto escrevi sobre nomes esquecidos na literatura, música e até no futebol. Na parte musical, lembrei de nomes como Nei Lisboa e Walter Franco, e hoje minha homenagem vai para o grupo "Tambo do Bando", sucesso principalmente no Rio Grande do Sul nos anos 80 e 90.

 

Já fiz um texto sobre o grupo ressaltando a música "Terra", onde eles pedem para a terra não nos deixar agora, pois ainda queremos nos redimir. A letra de Beto Barros é uma verdadeira ode à vida, na minha opinião.

 

No texto de hoje vou "tentar" dar meus pitacos, me deliciando na extensa letra da música “Ingênuos Malditos”, letra de Sérgio Metz, (mais conhecido como Jacaré), falecido em 1996. O grupo teve origem em Santa Maria com Beto Bollo, Carlos Cachoeira, Jacaré, Texo Cabral e Vinícius  Brum, depois teve o acréscimo de Kiko Freitas e do compositor Marcelo Lehmann.

 

O primeiro show aconteceu no Teatro de Câmara em Porto Alegre em 1987 (eu estava lá), com novo integrante, o ator e diretor cênico Marcos Barreto (1959-2011). Eles venceram inúmeros festivais, com mais de 50 troféus como melhor conjunto vocal. Lançaram dois LPs e em 2016 um belo CD comemorando os 30 anos do grupo.

 

Para o jornalista e professor universitário, Pedro Luiz S. Osório, o "Tambo do Bando” representa o principal ponto de virada da música regional gaúcha nas últimas décadas. Alguns músicos desempenharam papel semelhante, e nessa altura do século XXI, muitos artistas regionais já se libertaram das fórmulas musicais ortodoxas e dos temas recorrentes voltados predominantemente à vida “campeira". Basta ouvir suas melodias para comprovar a originalidade do grupo e suas temáticas e canções inovadoras como vemos em "Terra não me deixe agora...eu quero me redimir"...

 

 E chegamos aos malditos.

 

Ingênuos Malditos. Eles dizem que esses ingênuos edificaram, agora, martelos de areia e foices de espuma, e ainda que "a farra de vocês fere como a fome fere...ingênuos malditos, a consciência nunca deu de beber a ninguém". A letra de Sérgio "Jacaré" vai fundo na crítica do ser. Sempre digo que interpretar letras e mensagens musicais não seguem os mesmos caminhos e, relembro, que como blogueiro iria dar meus pitacos, reforço a ideia de que cada um segue seu "martelo de areia".

 

  Mas, segue o baile.

 

 O Tambo assegura que "rios novos e novos ventos sopram a poeira dos corpos" com os martelos martelando...

 

 Agora vamos construir areia para um novo martelo, com um mar inteiro para uma nova foice de espumas, eles dizem. Sensacional.

 

E Jacaré vai rasgando...pois se "nós somos a causa das cinco mil mortes, o que diremos a noite para os nossos sonhos?".

 

Realmente, são letras e canções diferenciadas nos festivais gaúchos e parte-se para uma nova forma de nacionalismo e/ou regionalismo.

 

 

Enfim, o Tambo elevou à música gaúcha teclados eletrônicos com novas propostas e abordagens que forçou debates nas identidades do gaúcho. Martelos de areias para todos os lados e linhagens mesmo porque os "ah, ingênuos malditos, não foi pra isso que os deixemos viver. Apodreçam martelos de areia, apodreçam foices de paz...deixem-nos em paz...deixem-nos em paz"...


 Aonde vocês estão, Tambo do Bando”?


 





Valdocir Trevisan
é gaúcho, gremista e jornalista. Escreve no blog Violências Culturais. Para acessar: clica aqui


 por Valdocir Trevisan__


 

por Argentina Castro__

Intervenção na fotografia: Priscilla Du Preez

 por Iaranda Barbosa___

 


 por Taciana Oliveira__


poema: augusto de campos de campos augustos




poema: método

poema: VERDARDE




Bruno Ramalho escreveu A penúltima coisa que se faz (edição do autor, 1999); Do amor deveras e das quimeras (e-book, Emooby, 2011); e livra-me, poesia (Scortecci, 2019). Tem poemas publicados nas revistas Toró, Mirada, Cult, Gueto, Mallarmargens e Ruído Manifesto. Mantém o perfil @brunoramalhopoesia no Instagram e no Facebook, onde se podem ler vários de seus poemas curtos e outros formatos do fazer poético. É médico ginecologista em Brasília, DF, onde atua na área da reprodução assistida.

 







Taciana Oliveira é mãe de JP, comunicóloga, cineasta, torcedora do Sport Club do Recife, apaixonada por fotografia, café, cinema, música e literatura. Coleciona memórias e afetos. Acredita no poder do abraço. Canta pra quem quiser ouvir: Ter bondade é ter coragem.

 

 

por Valdocir Trevisan__

 


 

por Adriane Garcia____

 


 por João Gomes__

 

Ilustração: JR Korpa

 por Divulgação___



 por Divulgação__



 

Usando o simbolismo da Novena, Projeto de Teatro Digital áudios com textos divididos em Mistérios Católicos

 

Uma nova maneira de ir ao teatro surgiu em meio as regras de isolamento social. Novas formas de fazer arte e levar cultura ao povo, pelas plataformas digitais tem ganhado força. Como Projeto Final do Curso de Formação em Teatro Digital, os atores Caio Ranieri, Carlos Gomes e Carlos Jordão lançaram nesse começo de fevereiro de 2021 o site do Projeto “Novene-se: o que queremos dizer, sem saber se seremos ouvidos”. O curso foi oferecido pelo festival mineiro Teatro em Movimento.

 

Novene-se teve a orientação da Professora Janaína Patrocínio. A intervenção artística virtual usa áudios enviados para a curadoria do Projeto, gravados gentilmente por artistas, colegas, amigos, familiares e pela própria equipe. O site novenese.wixsite.com/escute foi criado de forma simples. Nele, o internauta/expectador recebe as instruções de como proceder para realizar sua novena.

 

A Novena é um tradicional ritual de devoção católico. A forma mais tradicional de rezar uma novena é recitar as orações pelo menos uma vez por dia, por nove dias. É escolhida uma hora do dia para rezar e o cronograma é rigorosamente seguido, diariamente. O Novene-se se baseia nessa premissa para guiar o público. “A responsabilidade e respeito as regras fazem parte do melhor aproveitamento que você vai tirar dessa experimentação artística virtual”, diz a nota de orientação publicada no site.

 

Como na versão católica, o Novene-se tem três mistérios para o ritual: Gozosos, Dolorosos e Gloriosos. Cada mistério tem um conjunto de áudios 27 áudios. Mais uma vez a simbologia do número nove se apresenta na concepção artística. “Nove é o ápice da realização intelectual e espiritual. O nove é o número que finaliza os elementares, pois é o último, o mais elevado, assinalando o final de uma fase e ao mesmo tempo marcando o começo de outra. Na mitologia chinesa é o número das esferas celestiais”.

 

No Projeto, para desfiar a novena, o internauta deve ouvir apenas nove áudios. “A recomendação é que seu roteiro de escuta siga primeiro os Mistérios Gozosos, depois os Dolorosos e, por fim, os Gloriosos. É importante seguir essas regras e não ouvir nem menos, nem mais. Esta Novena manda apenas 09 áudios. Ao finalizar uma Novena, você pode desfiar outra”, explica a nota do site. Os áudios são compostos pelos mais diversos textos. A ficha técnica completa está na primeira página do site. 


Acesse: novenese.wixsite.com/escute

 

 

 

 

Caio Ranieri - Ator por formação em cursos livres e oficinas com professores do Palácio das Artes (BH), Teatro Universitário (UFMG), colecionando ainda trabalhos e aprendizagem com Mayron Engel (Uberaba) e Grupo Galpão (BH) e o dramaturgo Fernando Limoeiro (Teatro Universitário da UFMG). Também tem formação superior em Comunicação Social: Jornalismo (Uniube/2008), Produção Audiovisual (Uniube/2018). Artista com experiência com teatro de rua e palco, comédia popular e clown com o Grupo Fratelo (Araxá); intervenções e espetáculos especialmente montados para eventos como FestNatal Araxá, Páscoa Iluminada e Festival Literário de Araxá (Fliaraxá), além de teatro empresarial na CBMM, Vale, Mosaic e projetos junto a Conselhos Municipais. Ainda, foi criador do Canal Deu Na Telha Humor, ingressando na Produção Audiovisual para a Internet. Oficineiro no Curso Livre de Teatro do Centro CDK, em Araxá.



Carlos Jordão - Ator formado pelo Curso Técnico em Arte Dramática do Senac Lapa Scipião (2013), no Introdução ao Método do Ator do CPT (Centro de Pesquisa Teatral) de Antunes Filho (2015) e pelo Núcleo Experimental de Artes Cênicas do Sesi, ministrado por Miriam Rinaldi (2015). Seus trabalhos recentes são como arte educador no Programa de Iniciação Artística (PIÁ/2019-20) e como ator as peças “Feminino Abjeto” (2018-19), “A Ira da Narciso” (2018), "Plantar Cavalos Para Colher Sementes" (2017-20), “Tiros em Osasco” (2016-17), “Anatomia do Fauno” e “Rutilo Nada" (2015-16). Também trabalhou como performer na exposição “Fantasmas -Máquina de Tadeusz Kantor" no Sesc Consolação. 







Carlos Gomes -
Nasceu em Araruama – RJ, mas foi morar na periferia de São Paulo em 1980, no Jardim Santa Margarida, um bairro entre o Jardim Ângela e o Parque Santo Antônio. Sempre estudou em escola pública, inclusive as universidades. Foi cobrador de ônibus clandestino, office-boy e catequista. Já vendeu rosas nos bares à noite, além de frequentador assíduo dos sebos e programações culturais da cidade. Das referências da década de 90: morar na região mais violenta do mundo em plena Guerra do Golfo, Des-Medéia de Denise Stoklos, Bacantes do Teatro Oficina e Manuelzão e Miguilin de Guimarães Rosa. Gosta de vestir o malandro e tocar pandeiro. Se embrenhou nas terapias holísticas e joga xadrez. É bixa preta. Também bacharel em Artes Cênicas pela Unicamp desde 2001 e licenciatura em Pedagogia pela UFSCar em 2016. Coordenou o programa de Fomento ao Teatro – SP. Atualmente é coordenador do núcleo de artes cênicas no Itaú Cultural.

 

 

 

 por Luiz Antônio Gusmão___


 por Divulgação___



 

por Adriane Garcia__

 




por Iaranda Barbosa__