Jumento empacado, por Marcello Camelo

 

por Macello Camelo__


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As vezes parece adestrado de tão repetidos os seus atos,


exibido que ele só, adora mostrar os dentes, parece bonzinho


mas ele dá coice, morde e pode até derrubar, dependendo do


tamanho da raiva que o fizerem. Se tiver empacado então,


capaz de um acidente feio causar. Difícil crer, mas é tá Ok!


As vezes falta falar, mas lhe faltam as palavras, então lhe


resta zurrar, zurrar e zurrar... com hora marcada, plateia,


café em copo de geléia, pão, leite condensado e um incrédulo


intérprete. É dele que falo do jumento com faixa, tá Ok.




Na verdade, só faz burrada, com perdão aos burros! Se bem que


são da família, talvez nem se incomodem. Aliás, é fiel demais


a família, se é que posso usar o nome de instituição tão nobre.


Devia aproveitar as orelhas grandes para ouvir mais conselhos,


quem sabe aprenda alguma coisa. Mas será que ainda tem jeito!?!?


E as más companhias? Tem andado tão mal acompanhado, um povo tão


desbocado, sem noção e que só mete os pés pelas mãos, um perigo!


Negação, idolatria, estupidez.... Isso é legado ou sina?


Também gosta de laranja, nega até o fim mas adora laranja! Mas


seu prato favorito deve ser o capim mesmo, desses que nascem em


todo lugar, no mato e até em Palácio, devia ser barato alimentar


mas é tanto gasto que até parece gente e das importantes viu!




A fama é de trabalhador, mas nosso jumento de faixa é do contra!


Com ele tudo é diferente, desde longa data, ineficiente, brabo,


dorminhoco e porque não preguiçoso? Além de teimoso e cabeça dura,


insiste em fazer do seu jeito, mas nada fica bom, tem sempre que


refazer, corrigir ou até desfazer e quem disse que muda de ideia?


Quando empaca numa questão, é incapaz de mudar, de dar o braço a


torcer. E por acaso jumento com faixa muda de opinião? Se é que


ele tem opinião, eu sinceramente acho que não. Do jeito que age,


devia ao menos honrar a faixa que tem, trata todos como asininos,


decerto acha que a nação é formada por jumentos, jegues, jericos,


e burros, mas ainda bem que nem todos são!




Vez ou outra me pego a pensar, como pode jumento de faixa tanto


estrago causar! Parece que sente prazer em fazer cara de mal, em


demonstrar poucos amigos, em ser do contra e ficar empancado, o


problema é justamente esse, querer continuar desse jeito, não


aceitar outras possibilidades, as inúmeras que existem e continuar


achando que a nação é formada por jumentos, jegues, jericos e burros.


O único que é, Equus asinos, é ele mesmo, o próprio jumento de faixa!




Sozinho já causa, imagina a tropa toda reunida? É o maior alarido uma


algazarra desmedida que ninguém consegue distinguir o que é fake do


que não é, tá Ok! Tamanho alvoroço dessa babel. Parece até porco de


tanta lambança em que está metido! Olha eu de novo falando de outro


bichinho que nada tem haver com essa história! Essa sim, a história é


testemunha e o jumento com faixa certamente terá um capítulo só seu.




Ah, e para deixar bem claro estou falando do jumento com faixa,


favor não confundir.






Marcello Camelo, capricorniano, 40 anos, amoroso filho do meio, adora cinema, música, teatro, shows e escrever cartas, ama as pessoas, já bateu ponto engravatado. Faz parte da antologia, “Paginário” (Aliás Editora), lançada em 2019.  É Gestor da Qualidade e de RH, viajado conheceu quase todo o Ceará, crismado, já foi sem dúvidas muito abençoado, é bom de papo e de ouvido, tem um olhar doce, um coração enorme, é emotivo que só. Aliás, os olhos já estão marejados por estas linhas, pelas lembranças e pelo que ainda está por vir. “Misericórdia” e “nunca pare de sonhar”, são duas máximas! E se precisares de um amigo é dos mais fiéis. Publicou o poema: “Maracaiá”, na Revista Maracajá em 2019 e participou do Letra Viva - Festival da Poesia de Fortaleza.