por
Marcela Güther/Divulgação
“Alguém
que exalta os encontros, sabe olhar e comentar a frágil dinâmica das paixões e
não hesita em chorar as pitangas diante dos desencontros, salpicando pelas
páginas seus delicados achados poéticos com sabor pop fora da lei.”
Sérgio
Santa Rosa, no prefácio de “Pra estancar essa sangria” (2021)
Um livro que se despede sem desejar o adeus,
que se remói em saudades, lembrando de amores recentes e seus cheiros. Que
veste a camiseta azul dos solitários, querendo amar e ser amado — e quem não
quer? Tudo isso em um flanar pelas ruas, um outsider jorrando poesias trôpegas,
abaixo das explosões estelares de um céu noturno.
Com um sabor de ironia e melancolia, o poeta,
editor e artista-etc. Baga Defente lança “Pra estancar essa sangria”
(2021) seu novo livro de poemas. Viabilizada com recursos da Lei Aldir Blanc, a
obra, de 128 páginas, foi publicada pelo NADA∴Studio Criativo, um híbrido de ateliê de criação multimídia com
microeditora independente, no qual Baga é fundador, diretor criativo e editor.
O livro está à venda via site da editora.
A obra condensa a sua “tetralogia
etílico-poética”, com três obras publicadas anteriormente pelo autor de forma
artesanal. São elas: “enquanto você toma rumo eu tomo rum” (2015), “cointreau+alt+del”
(2015) e “PINGALOVE” (2016). Para completar, o novo livro ainda traz “Birinaits”,
um pequeno conjunto de poemas inéditos, escritos em 2017.
“Eu jamais havia relido esses livros depois de
publicados; muito menos assim, de forma sequenciada, como uma única obra.
Fiquei surpreso quando constatei o óbvio: o grande tema do livro talvez sejam
as despedidas, os términos e o sentimento de solidão que nos invade em momentos
assim”, expõe o poeta, que é formado
em Direção e Roteiro pela primeira turma da Academia Internacional de Cinema
(AIC-SP). Baga teve, nos últimos anos, seus videopoemas exibidos em mais 10
países.
Sérgio Santa Rosa, que prefacia a obra, define Baga como um
autor governado pelos afetos, “um sagaz e romântico corsário do asfalto,
singrando as madrugadas, tentando pilhar amores, sempre livre de pecados e
ordenamentos”. “Alguém que exalta os encontros, sabe olhar e comentar a
frágil dinâmica das paixões e não hesita em chorar as pitangas diante dos
desencontros, salpicando pelas páginas seus delicados achados poéticos com
sabor pop fora da lei”, escreve.
Para o editor Alex Zani, trata-se de um livro que encerra um ciclo. “Como se fecha um baú ou se retira uma atadura. É um livro que fala mais sobre o Baga, mais do que ele mesmo possa imaginar e, principalmente, mais sobre um dos Bagas dos quais ele mais evita falar. É um livro que delimita e conclui — a meu ver, com sucesso — uma etapa do seu percurso poético”, comenta o profissional, que passou a integrar o NADA∴Studio Criativo neste ano e também atua como editor-chefe do portal Fazia Poesia.
Assista ao vídeopoema "Poema Cas'leluia
& Final Brega" e às leituras de “Poema Chulo #02”, “os Verbo” e “Poema
dos Anos 20”, que integram “Pra estancar essa sangria”.
Influências artísticas: entre Hilda Hilst,
poetas beats e Nick Cave
Hilda Hilst e Murilo Mendes são algumas das referências poéticas de Baga
Defente. Mas a prosa o agrada mais. “Gosto dos atravessamentos entre
ficção e realidade de Enrique Vila-Matas. E os poetas beats, em especial
Allen Ginsberg e Gary Snider, além do nosso herói beat-tupiniquim,
Roberto Piva”, revela.
O romantismo de Vinícius de Moraes, a
beleza no mundano de Bukowski e as “Técnicas de masturbação entre
Batman e Robin”, livro do colombiano Efraim Medina Reyes, foram
grandes influências para seus primeiros escritos, duas décadas atrás. “Mas
talvez seja a música o elemento mais presente no meu processo criativo, em
especial os cantores que escrevem, como Nick Cave e Leonard Cohen.
O sentimentalismo de Jeff Buckley, a melancolia de Nick Drake, os
experimentalismos do jovem Caetano, a breguice romântica de Roberto
Carlos e a filosofia amorosa de Belchior completam esse eclético
caldo poético no qual cozinho meus poemas”, pontua.
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NADA∴Studio Criativo - Criado em 2006 e com sede em Botucatu (SP) desde 2012, o NADA∴Studio Criativo é um estúdio criativo — híbrido de editora independente & ateliê de criação multimídia. Com foco em produção audiovisual, ao longo dos anos incorporou artes gráficas, escrita criativa, produção cultural e projetos editoriais à sua lista de serviços. Desde 2015, o estúdio já publicou 17 obras.