Panmela Castro lança caderno educativo inspirado na exposição “Retratos Relatos: Revisitando a História”

A artista visual e ativista Panmela Castro lança um caderno educativo bilíngue (português e francês) baseado na exposição “Retratos Relatos: Revisitando a História”, apresentada no espaço cultural Les Jardiniers, em Montrouge (França), como parte da Temporada Brasil–França 2025. O material, disponível gratuitamente no site da Rede NAMI (www.redenami.com), amplia os desdobramentos da mostra e propõe novas formas de diálogo entre arte, educação e justiça histórica.

A publicação reúne quinze verbetes dedicados a mulheres negras cujas trajetórias marcaram a história nas artes, na política, na ciência e no ativismo, tanto no Brasil, quanto na França e no Senegal. Inspiradas nas pinturas criadas por Panmela para a exposição, essas biografias revisitam vidas apagadas ou pouco reconhecidas, fortalecendo o debate sobre representação, memória e igualdade racial.

O caderno foi concebido como ferramenta pedagógica e intercultural, voltada a educadores, pesquisadores, instituições culturais e ao público geral. O conteúdo inclui um exercício artístico prático, que pode ser aplicado em escolas, museus, oficinas ou centros culturais, estimulando a criação e o pensamento crítico sobre arte e direitos humanos.

Ao lançar o material, Panmela Castro e a Rede NAMI — organização fundada pela artista e que completa 15 anos em 2025 — reforçam seu compromisso com a educação antirracista, feminista e acessível. A proposta é democratizar o acesso ao conhecimento e ampliar o alcance da exposição realizada na França, convidando novos públicos a se conectar às histórias e legados das mulheres retratadas.

“Retratar essas mulheres é um ato político e educativo. Cada imagem, cada verbo e cada lembrança são formas de disputar a narrativa da história”, destaca Panmela Castro.

Foto: Marcus Leoni

Panmela Castro é uma artista visual brasileira cujo trabalho abrange pintura, escultura, instalação, vídeo e fotografia, movido pela ideia de "Deriva Afetiva" e pela busca por pertencimento. Graduada em Pintura pela UFRJ e com mestrado em Processos Artísticos Contemporâneos pela UERJ, ela também é pós-graduada em Direitos Humanos pela PUC-RS. Seu trabalho integra coleções internacionais, como o Stedelijk Museum e o ICA Miami, bem como importantes coleções no Brasil: Instituto Inhotim, MASP, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu Nacional de Belas Artes e Museu de Arte do Rio. Ativista social e protagonista da quarta onda feminista, segundo Heloísa Teixeira em seu livro “Explosão Feminista”, Panmela Castro é fundadora da organização sem fins lucrativos Rede NAMI, que desenvolve um trabalho de base na promoção dos direitos das mulheres e no enfrentamento à violência doméstica, tendo alcançado mais de 200 mil pessoas na última década. Por seus esforços na área de direitos humanos, Panmela recebeu inúmeros prêmios, incluindo o título de Young Global Leader pelo The World Economic Forum, o DVF Awards, tendo sido listada pela prestigiada revista americana Newsweek como uma das 150 mulheres corajosas que estão mudando o mundo.