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por Taciana Oliveira__

Muitos da minha geração só tomaram conhecimento sobre a existência de Quincy Jones depois do sucesso estrondoso de Thiller, de Michael Jackson. Produtor do célebre álbum que dominou as rádios na década de 1980, Quincy já era um nome de destaque no cenário artístico. Conhecer seu itinerário na música é enveredar por acordes e cenas históricas dos séculos 20 e 21, é descortinar o passado recente da segregação racial nos EUA, é enaltecer a genialidade de um homem, que mesmo em momentos cruciais descobriu o caminho para a redenção.

Trompetista, aos 14 anos já atuava em bandas de jazz. Aos 18 anos foi convidado para fazer parte da banda de Lionel Hampton. Nos anos seguintes se consagra como um dos principais arranjadores da música americana. Ganhador de 27 Grammys, produtor e amigo de Ray Charles, Frank Sinatra, Dinah Washington, Peggy Lee e Sarah Vaughan, ele encontrou fôlego para investir na indústria cinematográfica. A Cor Púrpura , dirigido por Steven Spielberg, nasceu da determinação e ousadia de Quincy Jones em atuar na produção executiva e musical do filme.

Sua trajetória é revista no documentário Quincy, dirigido por sua filha Rashida Jones e por Alan Hicks. O filme traz um rico acervo iconográfico e resgata não apenas a personagem do produtor e arranjador. Quincy Jones expõe detalhes da infância, fala dos seus casamentos, do amor incondicional pelos sete filhos, da mãe com esquizofrenia e da rotina prolífica nos estúdios de gravação. Um dos momentos  geniais do documentário é o reencontro de Quincy com os profissionais que participaram da realização de Off the Wall, de MichaeL Jackson. O compositor Rod Temperton, o engenheiro de som Bruce Swedien, o teladista Greg Phillinganes, o baixista Louis Johnson , o baterista John Robinson, o trompetista Jerry Hay, e o percussionista Paulinho da Costa tocam algumas faixas do emblemático álbum produzido por Jones.

Vale lembrar que o pai de Rashida (ela pode ser vista em algumas sequências do filme) também é produtor da série Um Maluco no Pedaço, e organizou o evento de abertura do Museu Nacional de História e Cultura Afro em Washington. O trecho em que Quincy Jones retorna à casa de infância é talvez um dos mais significativos momentos da narrativa do documentário. Contra todos os prognósticos o menino Quincy se transformou em um ícone da música americana, em um pai amoroso. Um homem de uma biografia apaixonante.











*Pra viajar, dançar e se embriagar nessa celebração a Quincy

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Taciana Oliveira é mãe de JP, cineasta, torcedora do Sport Club do Recife, apaixonada por fotografia, café, cinema, música e literatura. Coleciona memórias e afetos. Acredita no poder do abraço. Canta pra quem quiser ouvir: Ter bondade é ter coragem.