O Fado agora quer ser Samba

por Taciana Oliveira__

Linda Martini

Linda Martini  é uma banda lusitana com mais de quinze anos de estrada. Sim, só agora eu a conheci!  Um amigo, poeta português, me presentou com essa descoberta há alguns meses. Não quero nesse momento pontuar os vários motivos que levam o nosso afastamento do universo musical de Portugal. Acho uma perda sem tamanho que isso ainda prevaleça. Torço para que essa aproximação, de nossa parte, um dia ultrapasse os limites da geografia, já que do outro lado a receptividade é a melhor possível. Esse texto sobre o Linda Martini nasce para tentar expressar o sentimento maior quando da primeira vez tive a oportunidade de ouvi-los. Os versos de Volta ainda soam em mim: Há tanto tempo que nada apetece/Já não aquece, é  sempre devagar/Tudo se desmonta.


Fonte: MHD
Estou fascinada com a poesia agridoce de suas letras e a sonoridade cool de suas guitarras. Tudo pulsa além. Tudo é respirar, correr e não se render ao lugar comum: 
Fecho-me em copas e escondo/ Cidades inteiras em sitio nenhum/ Vê como caem sem estrondo/ O fado que canto não é fado algum. 
Aos poucos começo a me aventurar na discografia do grupo, composta por cinco álbuns e quatro EPS. É quase um processo de reconhecimento. O Linda Martini é formado por Pedro Geraldes (guitarra e voz), Cláudia Gerreiro (contrabaixo e voz), Hélio Morais (bateria e voz) e André Henriques (voz e guitarra). A arte tem o poder de te guiar pra onde você nem sabe que pode chegar. Foi assim que me perdi em Adeus Tristeza , versão rock para a clássica canção do cancioneiro português, de autoria de Fernando Tordo. Linda Martine é rock sem contraindicação. O novo álbum foi batizado com o nome da banda, e está disponível para acesso nas plataformas de streaming. Quem acompanha a produção dos videoclipes do grupo encontra um conceito visual potente que se traduz na sua performance. Linda Martini é um assombro daqueles que a gente tem prazer de reverenciar. 

* Ah, o poeta-amigo se chama Alberto Paulo Moreira Ferreira.






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Taciana Oliveira é cineasta, torcedora do Sport Club do Recife, apaixonada por fotografia, café, música e literatura. Coleciona memórias e afetos. Acredita no poder do abraço. Canta pra quem quiser ouvir: Ter bondade é ter coragem.