por Germana Accioly |
Cora, Coração
Cora no palco
Tatu-bola no ventre
Será que ri, dança, chora?
Será cantora,
Tímida, bailarina,
Estrelinha cadente
Será que cora?
No teatro canta
Coco da mangueira,
Forró xaxando,
Vem rebolando,
A menina faceira.
Antevejo, sinto, imagino,
Já amo, infindo.
É nos olhos da gente
Que brilha Cora.
No peito ela mora
Na alegria ela cresce
Floresce na imensidão
Cora, coração.
A avó, que poeta não sabe ser,
Nem pra neta crônica faz,
Arranha versos,
Escreve atônita
Amor disperso
Mas advinha:
Cora vem mansinha
De avó, sou apenas um grão.
Cora, coração.
*Poema escrito após o belíssimo show em comemoração aos 30 anos do Sagrama, que teve a participação especial de Laila Campelo, mamãe de Cora.
GERMANA ACCIOLY, diretora de relações estratégicas e comunicação da Escola da Democracia, é jornalista, especialista em Política e Representação Parlamentar pelo CEFOR em Brasília e em Política e Cultura pela Agecif, Paris. É autora do Relatório dos Mandatos Ativistas no Brasil (2023). É cronista, publicou textos em diversas revistas e sites e lançou seu primeiro livro, “Não é Sobre Você”, em 2021. Participa da coletânea “Crônica Popular Brasileira”, ambos pela editora Mirada.
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