por Carlos Monteiro |
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| Fotografias de Carlos Monteiro |
Os
quatro episódios, aqui relatados, aconteceram na semana do Dia da Consciência
Negra.
Até
quando perdurará tanta intolerância, insanidade, violência e preconceito? Até
quando pretos e pretas vão sofrer, literalmente, na pele, tanta discriminação?
Até quando?
Até
quando as justificativas passarão por: “eu, até, tenho amigos negros”, como se
uma frase, escandalosamente preconceituosa, resolvesse esse problema arraigado
há milênios. Até quando a ‘situação estará preta’, a ‘lista será negra’ e ‘neguinho
fez teve tal atitude’? Até quando?
Até
quando o racismo estrutural, em plena segunda década do século XXI, se manterá?
Quantos Cruz e Souzas, Rosa Parks, Malcolm Xs, Carolinas de Jesus, Martin
Luther King Jrs., Zumbi dos Palmares, Angela Davis, Desmond Tutus, Josés do
Patrocínio, Koffi Annan, Nelson Mandelas, Francisco José do Nascimento, Machado
de Assis, Laudelinas de Campos Melo, Abdias do Nascimento, Conceições Evaristo,
Suelis Carneiro, Mães Meninazinhas de Oxum, Mães Menininhas do Gantois, Manuéis
Congo e Marianna Crioula, líderes intelectuais, políticos e outros, em
vertentes, mais populares e tantas e tantos mais serão precisos para que essa
mentalidade segregacionista, ainda que velada em alguns casos, seja
definitivamente extinta? Quantos e quantas?
Até
quando caráter será ‘medido’ pela cor da pele, avaliado por etnia? Até quando
será necessária uma data para termos ‘consciência’ de que somos todos iguais,
absolutamente iguais, independente do tom de nossa tez? Esse racismo
estrutural, com origem a partir do século XVI no país, imposto pelos invasores
portugueses na diáspora africana escravizando os povos africanos, que segundo
eles “não tinham alma”, não pode mais perdurar. A Lei não poderá mais ser
apenas “para inglês ver”. A Lei tem que ser de fato e de direito para todos e
todas, como determina o artigo 5° de nossa Constituição. Respeito!
Hoje
vemos iniciativas mais concretas nessa luta antissegregacionista sem fim. Hoje
atos irracionais de racismo têm sido denunciados e coibidos. Hoje mulheres e
homens pretos, levantam, sacodem a poeira e dão a volta por cima, mas, ainda
estamos muito longe do ideal. Muito longe do amor por todos, muito longe…
Que
jamais, em tempo algum, seres humanos sejam novamente escravizados. Respeito, somos
todos iguais! Não ao apagamento.
Até
quando?
Carlos Monteiro é fotógrafo, cronista e publicitário desde 1975, tendo trabalhado em alguns dos principais veículos nacionais. Atualmente escreve ‘Fotocrônicas’, misto de ensaio fotográfico e crônicas do cotidiano e vem realizando resenhas fotográficas do efêmero das cidades. Atua como freelancer para diversos veículos nacionais. Tem três fotolivros retratando a Cidade Maravilhosa.

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