por Carlos Monteiro |

Fotografias de Carlos Monteiro
Lô, o cavaleiro ma(rg)(t)inal

Da janela lateral do trem azul, você viu cores mórbidas e homens sórdidos, viu, quem sabe, pela janela lateral do vagão imaginário, som renovador, o Trenzinho de Villa-Lobos.
Viu o Trem das Cores, cartanando, o azul mareante da cor dos vestidos, que faziam tremer, com os sussurros de pé de ouvido, as meninas do Sacré Coeur.
Dançou, ao som dos Beatles, na esquina lateral da Paraisópolis com Divinópolis, porque gostava de dançar ‘bom-dia’ por mais uns dias.
Era mais mais que divinal no paraíso de Santa. Girassol, gira-mundo, gira-gira, roda-gigante, e agora José; para onde foi?
O sol, ah o sol de um ser solar, verde vento com tês da manhã, verde vento com sol de primavera, às vezes lacrimogêneo, outras cristalinos, seus sonhos jamais envelhecerão. Calmo, calma, alma, palma…
Você foi sol e chuva com tudo que sonhou, Zapata sem medo e seu anel no dedo, sua bota encantada, rainha de raio epahey, estrela cadente, cantante, contente, cantor. Olhos abertos pra outra emoção da cor dos teus cabelos.
Hoje é vento solar em Aruanda, no Orum conectado com Ayê e poetizando: “Se eu não cantar não chore não, é só poesia”.
Vai Lô, vai ser gauche no infinito, anjo aprumado drumoniano nas esquinas do universo celestial e o sol na cabeça, sem olhar para trás, viagem de ventania.
Carlos Monteiro é fotógrafo, cronista e publicitário desde 1975, tendo trabalhado em alguns dos principais veículos nacionais. Atualmente escreve ‘Fotocrônicas’, misto de ensaio fotográfico e crônicas do cotidiano e vem realizando resenhas fotográficas do efêmero das cidades. Atua como freelancer para diversos veículos nacionais. Tem três fotolivros retratando a Cidade Maravilhosa.
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