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por Adri Aleixo 








O pintassilgo

Eu, tão mineira querendo falar sobre o mar
o mar e a ideia do eterno retorno
dia desses me perguntaram se lá em casa havia quintal
minha mãe criava porcos
meu pai plantava cana, eu disse
mas esse fato também não é a garantia de uma boa história.
Há uma forma indefinida pela qual passamos a pertencer a algo
assim como pertencemos a certas histórias só de ouvir contar.
A caçula chegou em casa e soube que o mais velho havia ganho um 
prêmio de redação
O título. O pintassilgo.
Ela mal conhecia os pássaros e de repente ouvia sobre voar no pintassilgo
essa ave que canta e dança a rodear o dia
algo como pintar o céu com suas asas e assim
pertencer ao céu de alguém
estar livre e voltar a casa
ao ninho
como agora o espevitado pássaro fizera ali
no meio da sala.
As coisas aparecem sem a perspectiva de sua fugacidade
algumas, retornam








Adri Aleixo publicou Des.caminhos (2014) e Pés (2016), ambos pela editora Patuá. Em 2019 publicou Das muitas formas de dizer o tempo, com imagens de Lori Figueiró, pela editora Ramalhete. É professora de Linguagens e mestranda em Literatura Brasileira pelo CEFET-MG.

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Curadoria de Adriane Garcia___