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 por Davison Souza___




deeplek
                                                                                   

 

por Davison  Souza__



por Davison Souza

Entre uma xícara e outra de café, manhãs e tardes, os dias vindo e indo, os meses correndo e escorrendo como as águas de um rio - mesmo corrente, continua o mesmo - sem que eu dê conta de sua aligeireza vou mudando com ele. Nessa semana eu parei para pensar (finalmente) e me questionei: “será que eu ainda sou um artista?”, pensei nisso, enquanto percebia que eu não tinha mais “tempo” para desenhar, priorizava assuntos outros do que a alegria e a tristeza que me atravessam na produção de uma arte. Me indaguei mais uma vez: “Será que só é artista quem está produzindo?”.


 Visitando minha memória, percebi que chego a passar horas com uma caneta na mão, escrevendo, anotando, fazendo planos e preenchendo obrigações da vida adulta. Contudo, não passou pela minha mente, nem por um minuto, a possibilidade de fazer uns rabiscos no papel. Estando no entre-lugar, no meio da dúvida e da incerteza, minha mão segura a caneta, meus dedos a (entre)laçam como em um abraço apertado (reencontrei uma velha amiga, pensou meu corpo), e automaticamente realizamos juntos os movimentos esferográficos no papel em branco. E tudo que estava na minha imaginação-engessada de adulto, vai ganhando vida, contorno, forma, luz e sombra. Será que ainda há um artista aqui? Pensei surpreso.


Encarando o reflexo projetado no papel-branco, eu vi uma criança-negra, ela me confessou que nas horas de solidão tinha como amigas as folhas listradas do seu caderno escolar e seu lápis preto, naquele espaço-tempo, tudo que a sua mente pensava se materializava em desenhos e gravuras, era como se fosse mágica, linhas ganhavam vida, disse-me ela. Em sua última confissão, me disse que sonhava em viver dos seus desenhos - pois o sonho é motor fundante para o possível - pensava como divertido seria se ganhasse dinheiro para desenhar, veja só, ela já fazia isso de graça!


Olhando mais uma vez nos olhos daquela criança, eu percebi que o artista é um brincante. É a criança risonha que mora em mim, e ela não se importa se eu consigo ou não produzir. Pois, como me disse a criança do papel (Erê), o/a artista produz suas artes quando sonha. Por isso, por mais que os dias pareçam nublados e opacos, se permita sonhar, assim, seu artista (criança) interior sempre irá produzir (mundos outros) arte.



Davison Souza 
é filho do seu José e da dona Maria, nascido na periferia de fortaleza, Pretagogo é formado em pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará, pesquisador em educação antirracista, educaçãopopular e política de cotas raciais. Atualmente cursa o Mestrado Acadêmico Intercampi em Educação e Ensino (MAIE-UECE). É artista e ilustrador digital, formado nos “corres” da vida. Expoe sus artes na página do Instagram @pretart, em que dialoga sobre corpos negros e seus diversos atravessamentos na sociedaderacista do Brasil. É o autor do livro Cota não é esmola: as cotas raciais na UECE, que carrega o selo da editora Mirada


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Maria Auxiliadora: a pintora que tentaram apagar


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por Taciana Oliveira__





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Olá a todos e todas, me chamo Davison Souza, sou pedagogo formado pela Universidade Estadual do Ceará, pesquisador em educação para as relações Étnico-Raciais, Educação Popular e Educação Antirracista. Sou ilustrador, tenho uma página no Instagram chamada PretArt em que discutimos através da arte a marginalização dos corpos negros, afrobrasilidades, cosmopercepcão e a beleza dos corpos negros.